Novo delator envolve OSX em esquema de propinas na Petrobrás
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Novo delator envolve OSX em esquema de propinas na Petrobrás
Novo delator envolve OSX em esquema de propinas na Petrobrás
23 Setembro 2015 | 11:45
Por Mateus Coutinho e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba
Estaleiro da OSX. Foto: Tasso Marcelo/Estadão
O ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobrás e novo delator da Lava Jato, Eduardo
Vaz Costa Musa, afirmou à Força-Tarefa que a empresa OSX, braço do grupo EBX, de Eike
Batista, que atua no setor naval, participou do esquema de cartelização e pagamentos de
propinas na Petrobrás para disputar licitações na diretoria Internacional da estatal petrolífera.
O delator, contudo, disse não ter conhecimento se Eike sabia do esquema.
Segundo Musa, em 2012, quando já havia deixado a estatal e trabalhava como diretor de
construção naval da OSX, a licitação para as contratações de dois navios-plataforma, P-67
e P-70 foram fraudadas pelo consórcio Integra, formado pela Mendes Junior e pela OSX.
O consórcio acabou vencendo a licitação de mais de US$ 900 milhões na época.
De acordo com o delator, ocorreram reuniões entre representantes da Mendes Junior e
da empresa do grupo EBX, incluindo o CEO da OSX Luiz Eduardo Carneiro, para discutir
o acerto de propinas a João Augusto Henriques, apontado como operador de propinas do
PMDB na Diretoria Internacional. O delator afirmou que Luiz Eduardo Carneiro mantinha
contato com Eike, mas disse aos investigadores que não poderia confirmar se o dono do
grupo EBX tinha conhecimento do esquema na Petrobrás.
Em um destes encontros, relata, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Mendes
Jr, Luiz Cláudio Machado Ribeiro “trouxe a informação que o consórcio teria que pagar
propina para o lobista João Augusto Henrique que, em troca, forneceria informações
privilegiadas de dentro da Petrobrás para orientar a formação da proposta técnica”, disse
aos investigadores da Lava Jato.
De acordo com Eduardo Musa, o valor acertado no encontro foi de R$ 5 milhões.
O delator não soube explicar como foram feitos os pagamentos por parte da Mendes Jr,
mas admitiu que João Henriques tinha relação com o PMDB e influenciava na Diretoria
Internacional, tendo atuado para indicar o ex-diretor Jorge Luiz Zelada, que ficou no
cargo de 2008 a 2012, e outros executivos da área.
Um dos encontros para discutir a propina teria ocorrido na sede da OSX, no Rio de Janeiro,
e, segundo o delator, as informações privilegiadas “eram trazidas por Luiz Cláudio
(da Mendes Jr), de forma verbal e consistiram em saber: 1) Quem eram os concorrentes
mais importantes, que eram Jurong Kepel Fells, Engevix e outro consórcio que o declarante
não se lembra o nome; 2) informação sobre estimativa de preços que deveria ser apresentada
pelo consórcio; 3) viabilidade do canteiro de obras (tinha que ser um lugar que a Petrobrás
aprovasse); 4) estratégia da comissão de licitação, que consistia saber o que eles iriam
pedir, como por exemplo as informações complementares que seriam solicitadas pela comissão,
possíveis alterações no cronograma, dentre outras coisas”.
Ainda segundo Musa, o executivo da Mendes Jr se encontrou pessoalmente com João Henriques
durante “todo o ano de 2012″ para obter as informações privilegiadas. Eduardo Musa disse ainda
que depois de deixar a OSX, em maio de 2012, foi informado por Luiz Cláudio que “João
Augusto Henriques estaria insatisfeito com o não recebimento de propinas e que ele estaria
fazendo cobranças”. O delator, contudo, não soube dizer quanto efetivamente foi pago de
propina ao lobista do PMDB.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Eike Batisa, mas o advogado estava em
um compromisso forense e não pode retornar os contatos até o fechamento deste texto.
A OSX e a Mendes Jr ainda não retornaram aos contatos da reportagem.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/novo-delator-envole-osx-em-esquema-de-propinas-na-petrobras/
Tags: Eike Batista, operação Lava Jato, OSX
23 Setembro 2015 | 11:45
O ex-gerente da estatal e que também trabalhou para a empresa de
Eike Batista, relatou aos investigadores encontros com executivos da
empresa onde foi acertado o pagamento de propina em troca de
informações privilegiadas de licitação de navio-sonda da Petrobrás
Por Mateus Coutinho e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba
Estaleiro da OSX. Foto: Tasso Marcelo/Estadão
O ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobrás e novo delator da Lava Jato, Eduardo
Vaz Costa Musa, afirmou à Força-Tarefa que a empresa OSX, braço do grupo EBX, de Eike
Batista, que atua no setor naval, participou do esquema de cartelização e pagamentos de
propinas na Petrobrás para disputar licitações na diretoria Internacional da estatal petrolífera.
O delator, contudo, disse não ter conhecimento se Eike sabia do esquema.
Segundo Musa, em 2012, quando já havia deixado a estatal e trabalhava como diretor de
construção naval da OSX, a licitação para as contratações de dois navios-plataforma, P-67
e P-70 foram fraudadas pelo consórcio Integra, formado pela Mendes Junior e pela OSX.
O consórcio acabou vencendo a licitação de mais de US$ 900 milhões na época.
De acordo com o delator, ocorreram reuniões entre representantes da Mendes Junior e
da empresa do grupo EBX, incluindo o CEO da OSX Luiz Eduardo Carneiro, para discutir
o acerto de propinas a João Augusto Henriques, apontado como operador de propinas do
PMDB na Diretoria Internacional. O delator afirmou que Luiz Eduardo Carneiro mantinha
contato com Eike, mas disse aos investigadores que não poderia confirmar se o dono do
grupo EBX tinha conhecimento do esquema na Petrobrás.
Em um destes encontros, relata, o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Mendes
Jr, Luiz Cláudio Machado Ribeiro “trouxe a informação que o consórcio teria que pagar
propina para o lobista João Augusto Henrique que, em troca, forneceria informações
privilegiadas de dentro da Petrobrás para orientar a formação da proposta técnica”, disse
aos investigadores da Lava Jato.
De acordo com Eduardo Musa, o valor acertado no encontro foi de R$ 5 milhões.
O delator não soube explicar como foram feitos os pagamentos por parte da Mendes Jr,
mas admitiu que João Henriques tinha relação com o PMDB e influenciava na Diretoria
Internacional, tendo atuado para indicar o ex-diretor Jorge Luiz Zelada, que ficou no
cargo de 2008 a 2012, e outros executivos da área.
Um dos encontros para discutir a propina teria ocorrido na sede da OSX, no Rio de Janeiro,
e, segundo o delator, as informações privilegiadas “eram trazidas por Luiz Cláudio
(da Mendes Jr), de forma verbal e consistiram em saber: 1) Quem eram os concorrentes
mais importantes, que eram Jurong Kepel Fells, Engevix e outro consórcio que o declarante
não se lembra o nome; 2) informação sobre estimativa de preços que deveria ser apresentada
pelo consórcio; 3) viabilidade do canteiro de obras (tinha que ser um lugar que a Petrobrás
aprovasse); 4) estratégia da comissão de licitação, que consistia saber o que eles iriam
pedir, como por exemplo as informações complementares que seriam solicitadas pela comissão,
possíveis alterações no cronograma, dentre outras coisas”.
Ainda segundo Musa, o executivo da Mendes Jr se encontrou pessoalmente com João Henriques
durante “todo o ano de 2012″ para obter as informações privilegiadas. Eduardo Musa disse ainda
que depois de deixar a OSX, em maio de 2012, foi informado por Luiz Cláudio que “João
Augusto Henriques estaria insatisfeito com o não recebimento de propinas e que ele estaria
fazendo cobranças”. O delator, contudo, não soube dizer quanto efetivamente foi pago de
propina ao lobista do PMDB.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Eike Batisa, mas o advogado estava em
um compromisso forense e não pode retornar os contatos até o fechamento deste texto.
A OSX e a Mendes Jr ainda não retornaram aos contatos da reportagem.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/novo-delator-envole-osx-em-esquema-de-propinas-na-petrobras/
Tags: Eike Batista, operação Lava Jato, OSX
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