Executivos discutem possibilidade de delação de Marcelo Odebrecht
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Executivos discutem possibilidade de delação de Marcelo Odebrecht
Executivos discutem possibilidade
de delação de Marcelo Odebrecht
ANDRÉIA SADI
GABRIEL MASCARENHAS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
06/08/2015 02h00
Desanimados com a evolução da Operação Lava Jato, integrantes da cúpula
da Odebrecht começaram a discutir, reservadamente, cenários envolvendo
um acordo de delação premiada de Marcelo Odebrecht
com a Justiça.
A Folha apurou que um interlocutor da empreiteira próximo a Emílio Odebrecht,
pai de Marcelo, relatou em conversas reservadas que uma das preocupações do
grupo que cogita a colaboração é que, diante do volume de delações premiadas
–22 até agora– na Lava Jato, o executivo preso que falar por último terá pouco
a colaborar com os investigadores.
Isso dificultará um acordo e, consequentemente, um alívio na eventual punição de Marcelo
Odebrecht.
O temor cresceu após membros da empresa dizerem ter informações de que o ex-presidente
da OAS, Léo Pinheiro, está negociando uma colaboração em troca de benefícios judiciais.
Pinheiro e seus advogados negaram a movimentação, após a articulação ter sido revelada
pela revista "Veja" há duas semanas.
Nesta quarta (5), a Justiça Federal do Paraná condenou Pinheiro a 16 anos de reclusão.
Cabe recurso à decisão.
A avaliação de pessoas próximas a Marcelo é que, se Pinheiro falar, o dono da Odebrecht
ficará mais isolado.
Os empresários Ricardo Pessoa, dono da UTC, o ex-presidente da Camargo Corrêa,
Dalton Avancini e o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, já colaboraram
com as investigações sobre desvios na Petrobras em busca de abrandamento da pena.
Nas palavras de um amigo de Marcelo, ''se ele tiver que falar, melhor que fale logo''.
A reportagem não conseguiu confirmar se a ideia de membros da cúpula da Odebrecht
já foi discutida com Marcelo. O recurso da delação, no entanto, enfrenta oposição dos
advogados atuais do executivo.
A defensora do empresário, Dora Cavalcanti, rechaça a colaboração.
A Folhaprocurou Dora, mas ela não retornou as ligações da reportagem.
A construtora negou qualquer conversa nesse sentido.
A possibilidade de delação do executivo já chegou à Polícia Federal em Curitiba.
Desde que foi decretada a segunda prisão preventiva de Marcelo, no último dia 24,
investigadores começaram a receber informações de que ele poderia fazer um acordo.
Assim como as demais empresas envolvidas na Lava Jato, representantes da Odebrecht
procuraram a CGU (Controladoria-Geral da União) para colher informações sobre como
funciona o acordo de leniência. O contato ocorreu no passado, e a construtora não
voltou a sinalizar interesse no acordo. A CGU disse que não iria se manifestar sobre
o tema.
de delação de Marcelo Odebrecht
[size=10][size=10]Rodolfo Burher - 20.jun.2015/Reuters[/size][/size] | ||
Marcelo Odebrecht, presidente de Odebrecht, escoltado pela polícia |
GABRIEL MASCARENHAS
NATUZA NERY
DE BRASÍLIA
06/08/2015 02h00
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Desanimados com a evolução da Operação Lava Jato, integrantes da cúpula
da Odebrecht começaram a discutir, reservadamente, cenários envolvendo
um acordo de delação premiada de Marcelo Odebrecht
com a Justiça.
A Folha apurou que um interlocutor da empreiteira próximo a Emílio Odebrecht,
pai de Marcelo, relatou em conversas reservadas que uma das preocupações do
grupo que cogita a colaboração é que, diante do volume de delações premiadas
–22 até agora– na Lava Jato, o executivo preso que falar por último terá pouco
a colaborar com os investigadores.
Isso dificultará um acordo e, consequentemente, um alívio na eventual punição de Marcelo
Odebrecht.
O temor cresceu após membros da empresa dizerem ter informações de que o ex-presidente
da OAS, Léo Pinheiro, está negociando uma colaboração em troca de benefícios judiciais.
Pinheiro e seus advogados negaram a movimentação, após a articulação ter sido revelada
pela revista "Veja" há duas semanas.
Nesta quarta (5), a Justiça Federal do Paraná condenou Pinheiro a 16 anos de reclusão.
Cabe recurso à decisão.
A avaliação de pessoas próximas a Marcelo é que, se Pinheiro falar, o dono da Odebrecht
ficará mais isolado.
Os empresários Ricardo Pessoa, dono da UTC, o ex-presidente da Camargo Corrêa,
Dalton Avancini e o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, já colaboraram
com as investigações sobre desvios na Petrobras em busca de abrandamento da pena.
Nas palavras de um amigo de Marcelo, ''se ele tiver que falar, melhor que fale logo''.
A reportagem não conseguiu confirmar se a ideia de membros da cúpula da Odebrecht
já foi discutida com Marcelo. O recurso da delação, no entanto, enfrenta oposição dos
advogados atuais do executivo.
A defensora do empresário, Dora Cavalcanti, rechaça a colaboração.
A Folhaprocurou Dora, mas ela não retornou as ligações da reportagem.
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procuraram a CGU (Controladoria-Geral da União) para colher informações sobre como
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voltou a sinalizar interesse no acordo. A CGU disse que não iria se manifestar sobre
o tema.
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