OGLOBO Delator de Lula nega pressão da Lava-Jato para incriminar ex-presidente
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OGLOBO Delator de Lula nega pressão da Lava-Jato para incriminar ex-presidente
Delator de Lula nega pressão da Lava-Jato para incriminar ex-presidente
Em carta enviada a jornal, Leo Pinheiro diz que fez a colaboração para 'passar
a limpo erros'
O Globo
04/07/2019 - 07:58 / Atualizado em 04/07/2019 - 10:23
SÃO PAULO E RIO - O empresárioLeo Pinheiro , ex-presidente da construtora
OAS , afirmou em carta enviada ao jornal "Folha de S.Paulo" que não mentiu
em sua delação premiada e nem foi coagido pelos procuradores da operação
Lava-Jato ao incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O GLOBO
revelou no último mês de janeiro que o empresárioassinou uma colaboração
com a Procuradoria-Geral da República (PGR) , que ainda não foi homologada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No domingo, reportagem publicada pela "Folha" em parceria com
o site "The Intercept" dizia que a delação de Pinheiro era tratada com
desconfiança pelo Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba. Suposta
troca de mensagens entre os procuradores mostra que ele passou a ser
levado em consideração depois de mudar várias vezes a versão sobre
a reforma do triplex do Guarujá e afirmar que foi reformado para Lula como propina.
O depoimento de Leo Pinheiro foi utilizado pelo então juiz da Lava-Jato,
Sergio Moro, para condenar Lula no caso do tríplex em julho de 2017.
Depois que a sentença foi confirmada na segunda instância, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Superior Tribunal de Justiça
(STJ) reduziu a pena do petista a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão
em abril deste ano.
TRECHOS DA CARTA DE LÉO PINHEIRO REAFIRMAM ACUSAÇÕES CONTRA LULA
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Delator de Lula nega pressão da Lava-Jato para incriminar petista Foto: ReproduçãoAnexos da delação de Léo
A minha opção pela colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade e não preso pela Operação Lava Jato. Assim, não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros", afirma o delator, na carta divulgada pela "Folha" na manhã desta quinta-feira.
"Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma", afirma. "A credibilidade do meu relato deve ser avaliada no contexto de testemunhos e documentos."
AÇÕES NA JUSTIÇA
Os anexos da delação de Léo Pinheiro abrangem ao menos 14 políticos de partidos como PSDB, MDB, PP, PT e DEM. Também há relatos sobre operações feitas com instituições financeiras para lavagem da propina paga aos políticos. Pinheiro detalha os pagamentos de propina feitos ao ex-presidente Lula por meio do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá, que já foram confirmados pelo empreiteiro em depoimento ao ex-juiz da Lava-Jato e agora Ministro da Justiça Sergio Moro. O executivo também conta que repassou recursos via caixa dois para a campanha de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio em 2012.
O acordo de delação foi assinado no início deste ano pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, após os últimos ajustes exigidos por sua equipe, e enviado para homologação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator do caso.
SAIBA MAIS
Bolsonaro diz que vai consultar Moro sobre situação do ministro do Turismo
Recebido com tapete vermelho e orquestra de cordas, Moro é homenageado por Doria
Conselho do MP arquiva representação contra força-tarefa da Lava-Jato por mensagens vazadas
Novo juiz da Lava-Jato ordena bloqueio de R$ 78 milhões em bens de Lula
https://oglobo.globo.com/brasil/delator-de-lula-nega-pressao-da-lava-jato-para-incriminar-ex-presidente-23783025
Em carta enviada a jornal, Leo Pinheiro diz que fez a colaboração para 'passar
a limpo erros'
O Globo
04/07/2019 - 07:58 / Atualizado em 04/07/2019 - 10:23
SÃO PAULO E RIO - O empresárioLeo Pinheiro , ex-presidente da construtora
OAS , afirmou em carta enviada ao jornal "Folha de S.Paulo" que não mentiu
em sua delação premiada e nem foi coagido pelos procuradores da operação
Lava-Jato ao incriminar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O GLOBO
revelou no último mês de janeiro que o empresárioassinou uma colaboração
com a Procuradoria-Geral da República (PGR) , que ainda não foi homologada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No domingo, reportagem publicada pela "Folha" em parceria com
o site "The Intercept" dizia que a delação de Pinheiro era tratada com
desconfiança pelo Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba. Suposta
troca de mensagens entre os procuradores mostra que ele passou a ser
levado em consideração depois de mudar várias vezes a versão sobre
a reforma do triplex do Guarujá e afirmar que foi reformado para Lula como propina.
O depoimento de Leo Pinheiro foi utilizado pelo então juiz da Lava-Jato,
Sergio Moro, para condenar Lula no caso do tríplex em julho de 2017.
Depois que a sentença foi confirmada na segunda instância, o Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o Superior Tribunal de Justiça
(STJ) reduziu a pena do petista a 8 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão
em abril deste ano.
TRECHOS DA CARTA DE LÉO PINHEIRO REAFIRMAM ACUSAÇÕES CONTRA LULA
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Delator de Lula nega pressão da Lava-Jato para incriminar petista Foto: ReproduçãoAnexos da delação de Léo
A minha opção pela colaboração premiada se deu em meados de 2016, quando estava em liberdade e não preso pela Operação Lava Jato. Assim, não optei pela delação por pressão das autoridades, mas sim como uma forma de passar a limpo erros", afirma o delator, na carta divulgada pela "Folha" na manhã desta quinta-feira.
"Não sou mentiroso nem vítima de coação alguma", afirma. "A credibilidade do meu relato deve ser avaliada no contexto de testemunhos e documentos."
[size=30]O que pesa contra o ex-presidente[/size]
IL
Doações para o Instituto Lula
estão na mira da Lava-Jato
O imóvel que segundo o MPF pertence a Lula
Empreiteiros dizem que ajudaram familiares
SÍTIO
PARENTES
AÇÕES NA JUSTIÇA
Obstrução de Justiça
É réu na Justiça Federal do Paraná por suposto recebimento de vantagem de R$ 2,4 milhões da OAS. MPF sustenta que o tríplex no Edifício Solaris, no Guarujá, é de Lula.
Em outra ação, é acusado de receber R$ 12 milhões da Odebrecht por meio da compra da nova sede do Instituto Lula, imóvel que não foi usado.
Acusado de ter pressionado Delcídio Amaral para comprar o silêncio de Nestor Cerveró. A acusação sustenta que o filho de Bumlai deu dinheiro à família de Cerveró.
Tráfico de influência
Operação Zelotes
Processo envolve apoio para liberar empréstimos do BNDES. A ação também trata da contratação de seu sobrinho Taiguara Rodrigues pela Odebrecht em Angola.
INVESTIGAÇÕES EM ANDAMENTOOrganização Criminosa
Inquérito apura suposta formação de organização criminosa para receber propina de obras e contratos espalhados por várias áreas do governo.
Sete Brasil
Apura participação do ex-presidente Lula na cobrança de propina para o fornecimento de sondas para exploração do pré-sal por meio das contratações da Sete Brasil.
Petroquímica
Investiga supostas irregularidades cometidas para beneficiar a Odebrecht e a Braskem, braço da empreiteira monopolista neste mercado.
Palestras
Apura se as palestras de Lula contratadas pela Odebrecht serviriam para remunerar o ex-presidente por favores feitos pelo petista durante seus dois mandatos.
Touchdown
Investiga pagamentos da Odebrecht a uma empresa de marketing que assessorou o projeto Touchdown, liga de futebol americano idealizada por Luís Cláudio Lula da Silva, filho de Lula.
BNDES
Analisa influência de Lula na liberação de créditos do BNDES para Angola, com objetivo de beneficiar a Odebrecht.
INQUÉRITOS
Leniência
Lula e o ex-ministro Jaques Wagner são acusados de negociar com Emílio Odebrecht a edição da Medida Provisória (MP) 703, que permitia ao Executivo firmar acordo de leniência com empresas envolvidas em infrações sem a participação do Ministério Público. A MP acabou não sendo votada no Congresso e perdeu validade.
PETIÇÕES
Os anexos da delação de Léo Pinheiro abrangem ao menos 14 políticos de partidos como PSDB, MDB, PP, PT e DEM. Também há relatos sobre operações feitas com instituições financeiras para lavagem da propina paga aos políticos. Pinheiro detalha os pagamentos de propina feitos ao ex-presidente Lula por meio do sítio de Atibaia e do tríplex do Guarujá, que já foram confirmados pelo empreiteiro em depoimento ao ex-juiz da Lava-Jato e agora Ministro da Justiça Sergio Moro. O executivo também conta que repassou recursos via caixa dois para a campanha de Eduardo Paes à Prefeitura do Rio em 2012.
O acordo de delação foi assinado no início deste ano pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, após os últimos ajustes exigidos por sua equipe, e enviado para homologação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator do caso.
SAIBA MAIS
Bolsonaro diz que vai consultar Moro sobre situação do ministro do Turismo
Recebido com tapete vermelho e orquestra de cordas, Moro é homenageado por Doria
Conselho do MP arquiva representação contra força-tarefa da Lava-Jato por mensagens vazadas
Novo juiz da Lava-Jato ordena bloqueio de R$ 78 milhões em bens de Lula
[size=30]As provas citadas por Moro[/size]
[size=30]na condenação de Lula[/size]
Em sua sentença, juiz fez uma síntese das provas documentais do processo
DOCUMENTO RASURADO
A ex-primeira-dama Marisa Letícia fez uma proposta de adesão do tríplex. Um laudo da PF confirmou que houve alteração da numeração original e concluiu que a proposta foi preenchida, originalmente, com o número 174 — que viria se tornar o tríplex — e depois rasurado para 141, um apartamento básico do condomínio.
Laudo confirmou que documento foi rasurado com o número 141 acima do 174
APREENSÃO DA PF
Lula e Marisa Letícia guardavam no apartamento em que moravam um “termo de adesão e compromisso de participação”. Apreendido pela PF, o documento é da unidade 174, a do tríplex.
SEM RESPOSTA
Quando o prédio foi transferido da Bancoop para a OAS, em 2009, os cooperados tinham 30 dias para decidir ficar ou não com o imóvel. Haveria restituição. A família Lula nada fez e parou de pagar. O casal, diz a decisão, afirmou, “em ação cível de restituição de valores promovida em 2016, que só requereram a desistência em 26/11/2015”.
[size=34]30[/size]Na alínea "c", há a indica o prazo de 30 dias para os cooperados tomarem uma decisão
OAS E BANCOOP ‘IGNORAM’
Sem a decisão de Lula e Marisa, a OAS e a Bancoop também nada fizeram para cobrar do casal a compra ou desistência, tampouco a retomada das parcelas.
RESERVADO
O apartamento simples, cuja cota era de Marisa Letícia, foi vendido, mas OAS e Bancoop nunca comercializaram o tríplex, que era tratado como “reservado”, de acordo com documentos internos da OAS.
REPORTAGEM DO GLOBO
Na edição de 11 de março de 2010, O GLOBO publicou reportagem na qual a Presidência da República confirmava que Lula era proprietário do imóvel. A reportagem detalhava que o casal era dono de uma cobertura no Guarujá, com a foto do prédio, que estava com obras atrasadas, antes de qualquer investigação da Lava-Jato.
REFORMA MILIONÁRIA
Por ordem do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, foram feitas obras expressivas no tríplex durante o ano de 2014, ao custo de R$ 1,1 milhão. Elevador privativo, cozinhas, retirada da sauna e ampliação do deck da piscina faziam parte da obra. A OAS só fez reforma no tríplex. Nenhum outro apartamento sofreu intervenção.
MENSAGENS DE CELULAR
Executivos da OAS trocaram mensagens relacionando as reformas a Lula e Marisa. Era a mesma época das obras do sítio de Atibaia.
Léo Pinheiro e Paulo Gordilho conversaram sobre reformas pelo celular
CONTRADIÇÕES
Moro cita contradições no depoimento de Lula e conclui: “A única explicação disponível para as inconsistências e a ausência de esclarecimentos concretos é que, infelizmente, o ex-presidente faltou com a verdade dos fatos em seus depoimentos acerca do apartamento 164-A (antigo 174), tríplex, no Guarujá”.
VISITA AO TRÍPLEX
Lula aparece ao lado de Léo Pinheiro durante visita ao tríplex. A foto foi divulgada pelo Jornal Nacional em 2016.
https://oglobo.globo.com/brasil/delator-de-lula-nega-pressao-da-lava-jato-para-incriminar-ex-presidente-23783025
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