100616 - Há um 'ataque incisivo' à Lava Jato, diz procurador
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100616 - Há um 'ataque incisivo' à Lava Jato, diz procurador
Há um 'ataque incisivo' à Lava Jato, diz procurador
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
10/06/2016 01h45
Mais opções
Os áudios revelados pelo delator Sérgio Machado, que gravou integrantes do governo
de Michel Temere outros peemedebistas, mostram um "ataque incisivo" à Lava Jato
e ao combate à corrupção por "alguns políticos específicos", diz o procurador da República
Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação.
"São pessoas tramando em segredo contra a Lava Jato. Querem cortar as asas da Justiça
e do Ministério Público", disse, em entrevista à Folha nesta quinta-feira (9).
Segundo ele, há "clareza solar" de que o objetivo dos grampeados era "abafar a operação".
"Buscam construir uma cápsula, um escudo para que continuem inatingíveis."
Nos áudios, o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) fala em"estancar a sangria"
com um novo governo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugere mudar
a lei de delação premiada –um dos principais instrumentos da investigação– para proibir
a colaboração de réus presos.
"De que sangria se está falando? Da sangria de agentes públicos corruptos sendo investigados
e levados para um julgamento justo", diz Dallagnol.
Para ele, está havendo um "contra-ataque" à Lava Jato, em medidas como o projeto de lei
que prevê a extensão do foro privilegiado a ex-presidentes, a mudança na lei da delação
premiada e a nova lei de repatriação de ativos (que permite a legalização de recursos no
exterior por meio do pagamento de multa).
"Não é um debate público, movido pelo Congresso como um todo. É uma discussão episódica,
uma iniciativa isolada com um objetivo muito claro de estancar a Lava Jato."
O procurador alerta que o projeto das Dez Medidas contra a Corrupção, elaborado por sugestão
da força-tarefa e assinado por dois milhões de pessoas, está empacado no Congresso.
O projeto aguarda há dois meses a assinatura do presidente interino da Câmara, Waldir
Maranhão (PP-MA), para que se instale a comissão especial que irá debater a matéria.
"Eu não consigo acreditar que Waldir Maranhão vai desrespeitar a expectativa de dois milhões
de brasileiros que assinaram o projeto", diz Dallagnol.
Ele afirma que a Lava Jato "continua avançando", sem interferência de governo e com
independência de investigação, mas que "os inimigos crescem a cada dia".
Para Dallagnol, críticas que ele considera "infundadas" à operação, como as delações de
acusados presos ou a prisão preventiva de investigados, seguem uma "tática Goebbels"
–numa referência ao ministro da propaganda do governo nazista, Joseph Goebbels.
"Você repete uma mentira mil vezes até que ela pareça verdade. Nossa única defesa
é a sociedade, e a sociedade nesse momento quer que a Lava Jato se torne a regra", afirma.
[size=10][size=10]Zô Guimarães - 17.fev.2016/Folhapress[/size][/size] | ||
Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba |
DE CURITIBA
10/06/2016 01h45
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Os áudios revelados pelo delator Sérgio Machado, que gravou integrantes do governo
de Michel Temere outros peemedebistas, mostram um "ataque incisivo" à Lava Jato
e ao combate à corrupção por "alguns políticos específicos", diz o procurador da República
Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação.
"São pessoas tramando em segredo contra a Lava Jato. Querem cortar as asas da Justiça
e do Ministério Público", disse, em entrevista à Folha nesta quinta-feira (9).
Segundo ele, há "clareza solar" de que o objetivo dos grampeados era "abafar a operação".
"Buscam construir uma cápsula, um escudo para que continuem inatingíveis."
Nos áudios, o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) fala em"estancar a sangria"
com um novo governo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugere mudar
a lei de delação premiada –um dos principais instrumentos da investigação– para proibir
a colaboração de réus presos.
"De que sangria se está falando? Da sangria de agentes públicos corruptos sendo investigados
e levados para um julgamento justo", diz Dallagnol.
Para ele, está havendo um "contra-ataque" à Lava Jato, em medidas como o projeto de lei
que prevê a extensão do foro privilegiado a ex-presidentes, a mudança na lei da delação
premiada e a nova lei de repatriação de ativos (que permite a legalização de recursos no
exterior por meio do pagamento de multa).
"Não é um debate público, movido pelo Congresso como um todo. É uma discussão episódica,
uma iniciativa isolada com um objetivo muito claro de estancar a Lava Jato."
O procurador alerta que o projeto das Dez Medidas contra a Corrupção, elaborado por sugestão
da força-tarefa e assinado por dois milhões de pessoas, está empacado no Congresso.
O projeto aguarda há dois meses a assinatura do presidente interino da Câmara, Waldir
Maranhão (PP-MA), para que se instale a comissão especial que irá debater a matéria.
"Eu não consigo acreditar que Waldir Maranhão vai desrespeitar a expectativa de dois milhões
de brasileiros que assinaram o projeto", diz Dallagnol.
Ele afirma que a Lava Jato "continua avançando", sem interferência de governo e com
independência de investigação, mas que "os inimigos crescem a cada dia".
Para Dallagnol, críticas que ele considera "infundadas" à operação, como as delações de
acusados presos ou a prisão preventiva de investigados, seguem uma "tática Goebbels"
–numa referência ao ministro da propaganda do governo nazista, Joseph Goebbels.
"Você repete uma mentira mil vezes até que ela pareça verdade. Nossa única defesa
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