Moro defende condução coercitiva e diz ‘que não significa antecipação de culpa’ OGLOBO
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Moro defende condução coercitiva e diz ‘que não significa antecipação de culpa’ OGLOBO
Moro defende condução coercitiva e diz ‘que não significa antecipação de culpa’
Em nota, juiz lamentou ainda que a operação tenha levado a confrontos
POR CLEIDE CARVALHO 05/03/2016 12:02 / atualizado 05/03/2016 12:26
O juiz Sérgio Moro - Givaldo Barbosa/09-09-2015 / Agência O Globo
SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro divulgou nota neste sábado em que afirma que as buscas e apreensões e a condução coercitiva do ex-presidente
presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento na sexta-feira são medidas investigatórias que visam apenas esclarecer a verdade
e "não significam antecipação de culpa do ex-presidente".
A condução coercitiva de Lula na Lava-Jato gerou polêmica no meio jurídico. Advogados constitucionalistas e professores de Direito criticaram a decisão de
Moro. Eles alegam que é praxe da Justiça convidar a testemunha ou o investigado a prestar esclarecimentos primeiro e, apenas em caso de recusa ou de
não comparecimento injustificado, emite-se mandado de coerção. Mas associações de classe do mundo jurídico — juízes, advogados e procuradores
da República — saíram em defesa da 24ª fase da Operação Lava-Jato.
Agentes da Polícia Federal em frente à sede do Instituto Lula, um dos endereços em que foi cumprido mandado de condução coercitiva
Advogados e juristas condenam condução coercitiva de Lula
O juiz federal Sergio Moro autorizou a condução coercitiva de Lula
Entidades jurídicas defendem Sérgio Moro e a PF
Análise: Por que Moro autorizou condução coercitiva?
A condução coercitiva é um instrumento legal que obriga o cidadão a depor perante a Justiça e é cumprida na presença da polícia.
O objetivo é auxiliar o juiz nas investigações e não caracteriza prisão. Na sua decisão, Moro justificou o mandado como medida para preservação
da ordem pública, citando o tumulto ocorrido no último dia 17, em Barra Funda (SP), quando manifestantes pró e contra Lula se envolveram
em confronto. Na ocasião, estava previsto um depoimento do ex-presidente em outro processo na Justiça paulista, que foi cancelado
em cima da hora.
“Colhendo o depoimento mediante condução coercitiva, são menores as probabilidades de que algo semelhante ocorra, já que essas
manifestações não aparentam ser totalmente espontâneas. Com a medida, sem embargo do direito de manifestação política, previnem-se
incidentes que podem envolver lesão a inocentes”, escreveu Moro em seu despacho sobre a 24ª fase da operação.
Na nota divulgada neste sábado, o juiz também lamentou que a operação tenha levado a confrontos, ainda que pontuais, em " manifestação
políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar". E afirmou que repudia qualquer tipo de violência e
que a democracia, numa sociedade livre, reclama tolerância em relação a opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas
e compreensão em relação ao outro".
================================
Veja a íntegra da nota:
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"Nota oficial da 13ª Vara Federal de Curitiba
A pedido do Ministério Público Federal, este juiz autorizou a realização de buscas e apreensões e condução coercitiva do ex-Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para prestar depoimento. Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade
e não significam antecipação de culpa do ex-Presidente. Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-Presidente
. Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente
o que se pretendia evitar. Repudia este julgador, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer
natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a
partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa. A democracia em uma sociedade livre reclama tolerância em relação a
opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas e compreensão em relação ao outro "
http://oglobo.globo.com/brasil/moro-defende-conducao-coercitiva-diz-que-nao-significa-antecipacao-de-culpa-18812929
Em nota, juiz lamentou ainda que a operação tenha levado a confrontos
POR CLEIDE CARVALHO 05/03/2016 12:02 / atualizado 05/03/2016 12:26
O juiz Sérgio Moro - Givaldo Barbosa/09-09-2015 / Agência O Globo
SÃO PAULO — O juiz Sérgio Moro divulgou nota neste sábado em que afirma que as buscas e apreensões e a condução coercitiva do ex-presidente
presidente Luiz Inácio Lula da Silva para prestar depoimento na sexta-feira são medidas investigatórias que visam apenas esclarecer a verdade
e "não significam antecipação de culpa do ex-presidente".
A condução coercitiva de Lula na Lava-Jato gerou polêmica no meio jurídico. Advogados constitucionalistas e professores de Direito criticaram a decisão de
Moro. Eles alegam que é praxe da Justiça convidar a testemunha ou o investigado a prestar esclarecimentos primeiro e, apenas em caso de recusa ou de
não comparecimento injustificado, emite-se mandado de coerção. Mas associações de classe do mundo jurídico — juízes, advogados e procuradores
da República — saíram em defesa da 24ª fase da Operação Lava-Jato.
Agentes da Polícia Federal em frente à sede do Instituto Lula, um dos endereços em que foi cumprido mandado de condução coercitiva
Advogados e juristas condenam condução coercitiva de Lula
O juiz federal Sergio Moro autorizou a condução coercitiva de Lula
Entidades jurídicas defendem Sérgio Moro e a PF
Análise: Por que Moro autorizou condução coercitiva?
A condução coercitiva é um instrumento legal que obriga o cidadão a depor perante a Justiça e é cumprida na presença da polícia.
O objetivo é auxiliar o juiz nas investigações e não caracteriza prisão. Na sua decisão, Moro justificou o mandado como medida para preservação
da ordem pública, citando o tumulto ocorrido no último dia 17, em Barra Funda (SP), quando manifestantes pró e contra Lula se envolveram
em confronto. Na ocasião, estava previsto um depoimento do ex-presidente em outro processo na Justiça paulista, que foi cancelado
em cima da hora.
“Colhendo o depoimento mediante condução coercitiva, são menores as probabilidades de que algo semelhante ocorra, já que essas
manifestações não aparentam ser totalmente espontâneas. Com a medida, sem embargo do direito de manifestação política, previnem-se
incidentes que podem envolver lesão a inocentes”, escreveu Moro em seu despacho sobre a 24ª fase da operação.
Na nota divulgada neste sábado, o juiz também lamentou que a operação tenha levado a confrontos, ainda que pontuais, em " manifestação
políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar". E afirmou que repudia qualquer tipo de violência e
que a democracia, numa sociedade livre, reclama tolerância em relação a opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas
e compreensão em relação ao outro".
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Veja a íntegra da nota:
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"Nota oficial da 13ª Vara Federal de Curitiba
A pedido do Ministério Público Federal, este juiz autorizou a realização de buscas e apreensões e condução coercitiva do ex-Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para prestar depoimento. Como consignado na decisão, essas medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade
e não significam antecipação de culpa do ex-Presidente. Cuidados foram tomados para preservar, durante a diligência, a imagem do ex-Presidente
. Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente
o que se pretendia evitar. Repudia este julgador, sem prejuízo da liberdade de expressão e de manifestação política, atos de violência de qualquer
natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a
partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa. A democracia em uma sociedade livre reclama tolerância em relação a
opiniões divergentes, respeito à lei e às instituições constituídas e compreensão em relação ao outro "
http://oglobo.globo.com/brasil/moro-defende-conducao-coercitiva-diz-que-nao-significa-antecipacao-de-culpa-18812929
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