Ex-gerente da Petrobrás aponta Vaccari como recebedor de propina e relata jantares com Dirceu -ESTADAO
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Ex-gerente da Petrobrás aponta Vaccari como recebedor de propina e relata jantares com Dirceu -ESTADAO
Ex-gerente da Petrobrás aponta Vaccari como recebedor de
propina e relata jantares com Dirceu
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/ex-gerente-da-petrobras-aponta-vaccari-como-recebedor-de-propina-e-relata-jantares-com-dirceu/
POR JULIA AFFONSO, RICARDO BRANDT E FAUSTO MACEDO
20/01/2016, 22h45
PARTE 1
https://www.youtube.com/watch?v=YkvDjayKW7g
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PARTE 2
https://www.youtube.com/watch?v=f4mu2L4hJZM
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PARTE 3
https://www.youtube.com/watch?v=buTP6y0Dim0
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Interrogado por juiz da Lava Jato, o delator Pedro Barusco confirmou que
esquema de corrupção foi 'sistematizado' e que ex-tesoureiro do PT era
quem cuidava da cota do partido; assunto de valores não era tratado com
ex-ministro
Ex-gerente da Petrobrás Pedro Barusco foi ouvido nesta quarta-feira, pelo juiz Sérgio moro. Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
O ex-gerente de Engenharia da Petrobrás Pedro Barusco – delator da Operação Lava Jato
– afirmou nesta quarta-feira, 20, ao juiz federal Sérgio Moro que o pagamento de propinas
na estatal “era uma sistemática que existia e se aprofundou”. Interrogado como réu em
ação penal que tem como principal acusado José Dirceu, ele apontou o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto como operador da corrupção e o ex-ministro como representante
da legenda.
“Eu não ameaçava ou pressionava (as empreiteiras para receber propinas)”, afirmou
Barusco. Moro quis saber porque as empresas pagavam percentuais por fora para
agentes públicos e políticos. “Meritíssimo, em alguns casos era para manter o status
quo. Era um sistemática que existia e se aprofundou”, respondeu o delator.
Barusco, considerado o mais detalhista dos primeiros delatores da Lava Jato na
contabilidade paralela da propina, explicou que nos contratos era pago 2% de
propina por grandes empreiteiras. Em especial, falou dos pagamentos feitos pela
Engevix Engenharia e pela Toyo Setal e citou estrangeiras como a Keppel Fels.
Partido. O ex-gerente explicou ao juiz da Lava Jato que o acerto entre as partes
era que do valor da propina destinado à Diretoria de Serviços – área em que atuava
–, cota do PT no esquema de loteamento da Petrobrás, que inclui ainda PMDB e PP,
metade era para a “Casa”, composta por agentes públicos de comando do setor,
e metade para o partido.
Moro perguntou se o Partido dos Trabalhadores também recebia um percentual
dessa propina.
“Essa era a combinação”, respondeu. “Não sei exatamente quando começou, mas
quem era responsável por gerenciar essa parte do partido era o o senhor João Vaccari.”
Barusco explicou que da mesma forma que ele gerenciava a propina recebida em
nome dos agentes públicos na Diretoria de Serviços, Vaccari cuidava desses valores
em nome do PT. Assim, os contatos que ele mantinha com operadores de propinas
eram sempre feitas separadamente.
O delator afirmou que fazia reuniões com Vaccari. Mas disse que as propinas não
eram tratadas entre eles, isso era feito diretamente pelo ex-tesoureiro com o operador
da empresa. “Cada um cuidava de um nicho. Como era recebido (a propina por Vaccari),
de que forma era recebida, se recebeu, não sei. Isso era tratado pelo operador
e pelos responsáveis por gerenciar aquela parte.”
Dirceu. Barusco afirmou ao juiz que a empreiteira Engevix sempre tratou de propinas
na Petrobrás via operador Milton Pascowitch – que também fez delação e confessou
pagar valores para e despesas de Dirceu. Réu no processo, Pascowitch também foi
interrogado por Moro nesta quarta-feira.
“Uma vez eu vi o senhor José Dirceu (em um jantar). Participou eu, o doutor Milton
Pascowitch, o senhor João Vaccari Neto, José Dirceu, uma outra pessoa que trabalha
com Jose Dirceu, que se chamava Bob, Bob Marques”, explicou Barusco. Bob, braço
direito do ex-ministro, também é réu no processo e será ouvido na segunda-feira,
pelo juiz da Lava Jato.
O delator afirmou que não conversou de propina com Dirceu nesses encontros.
“Conversávamos sobre projetos, perspectivas de novos negócios, política.”
O juiz insistiu em saber se ele sabia que valores de propina eram destinadas
a agentes políticos, ou se Dirceu era beneficiário.
“Não tenho nenhuma prova, mas que ele era uma pessoa que tinha influência
no partido e era um representante do Partido dos Trabalhadores, falava em nome
do partido, sim”, respondeu Barusco.
“Mas foi dito alguma vez para o senhor, ou ouviu que ele recebia esses valores?”,
perguntou Moro.
“Eu ouvia comentários, como eu não gerenciava, não estava ali…”, explicou Barusco.
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