17112015 - Vaccari guardava propina em caixas de presentes coloridas, relata delator
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17112015 - Vaccari guardava propina em caixas de presentes coloridas, relata delator
João Vaccari Neto
[size=42]Vaccari guardava propina em caixas de presentes coloridas, relata delator[/size]
POR RICARDO BRANDT, FAUSTO MACEDO, JULIA AFFONSO E MATEUS COUTINHO
17/11/2015, 12h39
O lobista Milton Pascowitch disse à Polícia Federal, em 10 de setembro, que
o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recebeu RS 10 milhões, em dinheiro
vivo, na sede nacional do PT, em São Paulo, entre 2009 e 2011
Foto: Reprodução/Google StreetView
O lobista Milton Pascowitch afirmou à Polícia Federal que, entre o final de 2009
e início de 2011, repassou R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao então tesoureiro
nacional do PT, João Vaccari Neto – preso na Operação Lava Jato. Segundo
Pascowitch, os valores foram entregues ‘na sala de Vaccari no diretório do PT
na praça da Sé’. A sede nacional do partido fica na Rua Silveira Martins, Sé,
centro de São Paulo.
“João Vaccari solicitava o auxílio do declarante (Pascowitch) para separar os
recursos em pacotes de R$ 25 mil e depois os guardava em caixas de presentes
coloridas que ficavam em um armário atrás da mesa de reuniões”.
“Recorda-se de que na sala de Vaccari havia uma mesa de reuniões redonda,
onde o mesmo trabalhava, bem como o referido armário.”
Ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi criminalmente acusado de levar
propinas ao partido. Foto: André Dusek/Estadão
O relato do lobista, um dos delatores da Operação Lava Jato, foi dado
à PF no dia 10 de setembro e agora foi juntado a um dos processos da
Lava Jato. O delegado Eduardo Mauat da Silva tomou o depoimento
de Pascowitch, que chegou a ser preso – para reconquistar a liberdade,
ele fechou termo de delação premiada.
Pascowitch é dono da Jamp Engenheiros Associados, empresa usada para
dar fluxo ao repasse de propinas de empreiteiras contratadas pela
Petrobrás destinadas a políticos e diretores da própria estatal.
É o segundo delator que revela a entrega de dinheiro em espécie dentro
do PT.
Antes, o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato, já havia declarado
à força-tarefa do Ministério Público Federal que R$ 400 mil foram entregues
a Vaccari na sede do partido.
Na semana passada, a pedido do Ministério Público Federal, o juiz Sérgio
Moro decretou a quebra do sigilo telefônico do PT, alcançando
a linha-tronco. O PT não comentou.
Pascowitch foi decisivo para a Operação Pixuleco, desencadeada em
3 de agosto, que levou à prisão o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula).
O lobista relatou esquema de propinas para o ex-ministro por meio da empresa
de consultoria de Dirceu – este, por meio de sua defesa, nega recebimento
de valores ilícitos.
No depoimento de 10 de setembro, Pascowitch revelou que foi apresentado
a Vaccari pelo então diretor de Serviços da Petrobrás, Renato Duque, em 2009.
“O motivo dessa conversa foi esclarecer que o declarante deveria tratar com
João Vaccari acerca das contribuições a serem destinadas pela empresa Engevix
e coligadas ao Partido dos Trabalhadores”, declarou o lobista.
Segundo ele, ‘o primeiro montante significativo’ repassado ao PT foi decorrente
de contrato de construção de cascos de navios. Após a Engevix ter sido declarada
vencedora de licitação para entrega de oito cascos à Petrobrás ele
afirma ter sido procurado por Vaccari. Eles se encontraram na sede do PT,
diz Pascowitch.
“Nessa negociação foi sugerido que a Engevix fizesse uma contribuição na ordem
de 0,5% sobre o valor do contrato, o que corresponderia a R$ 14 milhões
no ano de 2010.
O pedido inicial era de cerca de R$ 18 milhões, tendo sido reduzido após
a negociação, oportunidade em que o declarante destacou que o contrato
seria executado ao longo de sete anos. Por solicitação de João Vaccari parte
desse valor de R$ 14 milhões deveria ser paga em ‘recursos livres’
ou seja, em espécie.”
Segundo o lobista, para ‘fazer frente à essa obrigação’ utilizou valores
que seriam pagos mensalmente em espécie a título de propinas pelas
empresas Hope Recursos Humanos e Personal Service. Pascowitch afirma
que o dinheiro era destinado inicialmente a Renato Duque, José Dirceu
e ao empresário
Fernando Moura, braço do PT dentro da Petrobrás, e ao próprio lobista.
“Esse repasse mensal propiciado pelas empresas Hope e Personal perdurou
de 2009 a 2012, sendo o montante médio mensal de cerca de R$ 500 mil.”
“A fim de obter o ressarcimento desses recursos pagos para quitar as comissões
‘devidas’ por parte da Engevix ao Partido dos Trabalhadores foram celebrados
contratos de consultoria junto a essa empresa por parte da Jamp Engenheiros
Associados. No período entre o final de 2009 e início de 2011 o repasse em
espécie feito a João Vaccari alcançou a cifra de dez milhões de reais.”
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/vaccari-guardava-propina-em-caixas-de-presentes-coloridas-relata-delator/
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