Nova fase da Lava Jato visa 4 ex-funcionários da Petrobras
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Nova fase da Lava Jato visa 4 ex-funcionários da Petrobras
[size=40]Nova fase da Lava Jato visa 4 ex-funcionários da Petrobras e cita operador ligado ao PSDB[/size]
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DE SALVADOR
16/11/2015 07h46 - Atualizado às 13h41
Um novo operador do esquema de corrupção da Petrobras e um ex-funcionário da estatal
são as duas pessoas presas na Operação Corrosão, 20ª fase daLava Jato, deflagrada na
manhã desta segunda-feira (16) em cinco cidades de dois Estados (RJ e BA).
A nova fase se concentra na atuação de Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador
do esquema e preso temporariamente no Rio de Janeiro, e em desvios na compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Também são alvos, para buscas e apreensões, endereços dos ex-funcionários da Petrobras
Luis Carlos Moreira da Silva, ex-gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da
Área Internacional da companhia, Rafael Mauro Comino, ex-gerente de Inteligência de
Mercado e ex-gerente de Negócios de Abastecimento da área Internacional, Cezar de
Souza Tavares e Agosthilde Mônaco de Carvalho.
Comino, Silva e Tavares ainda foram convocados para prestar depoimentos, em conduções
coercitivas, assim como os ex-funcionários da diretoria Internacional Carlos Roberto
Martins Barbosa e Aurélio Oliveira Telles.
Também foram alvos da operação duas empresas ligadas a algumas das mesmas pessoas,
a Cezar Tavares Consultores e a Moreira Dias Editora.
"Ou seja, são as pessoas responsáveis por, na prática, não deixar que um negócio como
esse acontecesse", declarou o delegado Igor de Paula. Luis Carlos Moreira Silva, por exemplo,
foi o principal consultor para a compra de Pasadena, segundo a PF.
Os nomes surgiram na Lava Jato durante os depoimentos do lobista Fernando Soares,
o Baiano, em acordo de delação premiada, que os relacionou a pagamento de propina para
a compra da refinaria americana, então pertencente à empresa Astra. A transação foi
realizada na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula Silva e gerou enorme contestação
de diversos órgãos de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União).
Para o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, as investigações sobre Pasadena,
que foram recentemente remetidas ao Paraná, podem inclusive gerar a anulação e o
ressarcimento da compra pela Petrobras.
"Foi um péssimo negócio em que muitos se beneficiaram", declarou Lima em entrevista
coletiva realizada de manhã em Curitiba.
Sobre o nome da nova fase, Operação Corrosão, o procurador disse: "Pasadena era
chamada de 'ruivinha' pelos funcionários da Petrobras, justamente pelo excessivo nível
de corrosão dos princípios institucionais da estatal".
OPERADOR DO PSDB
A petição do Ministério Público Federal entregue à Justiça Federal e que deu base à deflagração
da Corrosão também cita como "operador" Gregorio Marin Preciado como relacionado à venda
da refinaria. Contudo, a manifestação dos procuradores não fornece maiores detalhes sobre
o papel de Preciado e também não desencadeou até o momento nenhuma ação contra ele, como
pedido de busca e apreensão ou de condução coercitiva.
Preciado é casado com uma prima irmã do senador José Serra (PSDB-SP) e foi conselheiro
do banco Banespa, além de ajudar em campanhas eleitorais do PSDB em São Paulo.
Segundo o Ministério Público, Baiano revelou em depoimento que US$ 15 milhões foram
usados "para o pagamento de propina em favor" de seis funcionários da Petrobras.
O dinheiro foi "primeiramente repassado pela Astra a partir da celebração de um contrato
de consultoria fraudulento, no valor de US$ 15 milhões, firmado entre uma das empresas
do grupo Astra Oil e a Iberbras (empresa em nome da qual Fernando Soares atuava como
representante no Brasil)".
De acordo com os procuradores da República, Preciado aparece relacionado a um "segundo
contrato de consultoria" providenciado por Fernando Soares, "firmado entre a Iberbras
e a Three Lions, no qual, após descontado o percentual a ser pago ao também operador
Gregório Marin Preciado, o valor restante foi disponibilizado a Fernando Soares, para que
efetuasse a distribuição da propina, por meio de transferências internacionais realizadas
a partir de sua conta Three Lions, localizada em Liechtenstein".
Conforme a Lava Jato, "dos US$ 15 milhões repassados pela Astra para o pagamento de
propinas, Alberto Feilhaber recebeu para si a quantia de US$ 5 milhões, pagos a título
de 'comissão' em razão de ter contribuído para que se concretizasse a aquisição da
refinaria de Pasadena pela Petrobras".
CASA DE CÂMBIO
A atuação do novo operador, preso nesta segunda, também promete desdobramentos.
Antigo proprietário de uma casa de câmbio no Rio, Nelson Martins Ribeiro operou para
vários funcionários da Petrobras, nas diretorias de Abastecimento e Internacional,
principalmente por meio de contas no exterior, segundo a Procuradoria. Ele também
intermediou o pagamento de cerca de US$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa, segundo a PF.
O operador já foi investigado por lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro, anos atrás.
Para a PF, ele é "um Youssef de dez anos atrás", segundo o delegado Igor Romário de
Paula. Ou seja, operava em várias frentes, para empresas e contraventores, e não
especificamente para um partido.
A força-tarefa aguarda informações da Suíça sobre contas que Ribeiro mantinha
naquele país, para identificar outros eventuais beneficiados do esquema.
SEGUNDO PRESO
Também foi preso temporariamente o ex-funcionário da Petrobras Roberto Gonçalves,
ex-gerente executivo de engenharia na diretoria de Serviços, detido em Niterói.
Gonçalves foi sucessor de Pedro Barusco na gerência, e é suspeito de também
ter recebido propina do esquema.
Ele é investigado sob suspeita de irregularidades na compra de sondas e na obra
da Comperj, refinaria do Rio de Janeiro -fatos que ainda estão em investigações
iniciais pela força-tarefa da Lava Jato.
Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba ainda nesta segunda.
Na capital baiana, segundo a PF, foi cumprido um mandado de busca e apreensão
e um de condução coercitiva. A pessoa conduzida já foi ouvida e liberada.
Seu nome não foi divulgado.
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DE SALVADOR
16/11/2015 07h46 - Atualizado às 13h41
Um novo operador do esquema de corrupção da Petrobras e um ex-funcionário da estatal
são as duas pessoas presas na Operação Corrosão, 20ª fase daLava Jato, deflagrada na
manhã desta segunda-feira (16) em cinco cidades de dois Estados (RJ e BA).
A nova fase se concentra na atuação de Nelson Martins Ribeiro, apontado como operador
do esquema e preso temporariamente no Rio de Janeiro, e em desvios na compra da
refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
Também são alvos, para buscas e apreensões, endereços dos ex-funcionários da Petrobras
Luis Carlos Moreira da Silva, ex-gerente executivo de Desenvolvimento de Negócios da
Área Internacional da companhia, Rafael Mauro Comino, ex-gerente de Inteligência de
Mercado e ex-gerente de Negócios de Abastecimento da área Internacional, Cezar de
Souza Tavares e Agosthilde Mônaco de Carvalho.
Comino, Silva e Tavares ainda foram convocados para prestar depoimentos, em conduções
coercitivas, assim como os ex-funcionários da diretoria Internacional Carlos Roberto
Martins Barbosa e Aurélio Oliveira Telles.
Também foram alvos da operação duas empresas ligadas a algumas das mesmas pessoas,
a Cezar Tavares Consultores e a Moreira Dias Editora.
"Ou seja, são as pessoas responsáveis por, na prática, não deixar que um negócio como
esse acontecesse", declarou o delegado Igor de Paula. Luis Carlos Moreira Silva, por exemplo,
foi o principal consultor para a compra de Pasadena, segundo a PF.
Os nomes surgiram na Lava Jato durante os depoimentos do lobista Fernando Soares,
o Baiano, em acordo de delação premiada, que os relacionou a pagamento de propina para
a compra da refinaria americana, então pertencente à empresa Astra. A transação foi
realizada na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula Silva e gerou enorme contestação
de diversos órgãos de controle, como o TCU (Tribunal de Contas da União).
Para o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, as investigações sobre Pasadena,
que foram recentemente remetidas ao Paraná, podem inclusive gerar a anulação e o
ressarcimento da compra pela Petrobras.
"Foi um péssimo negócio em que muitos se beneficiaram", declarou Lima em entrevista
coletiva realizada de manhã em Curitiba.
Sobre o nome da nova fase, Operação Corrosão, o procurador disse: "Pasadena era
chamada de 'ruivinha' pelos funcionários da Petrobras, justamente pelo excessivo nível
de corrosão dos princípios institucionais da estatal".
OPERADOR DO PSDB
A petição do Ministério Público Federal entregue à Justiça Federal e que deu base à deflagração
da Corrosão também cita como "operador" Gregorio Marin Preciado como relacionado à venda
da refinaria. Contudo, a manifestação dos procuradores não fornece maiores detalhes sobre
o papel de Preciado e também não desencadeou até o momento nenhuma ação contra ele, como
pedido de busca e apreensão ou de condução coercitiva.
Preciado é casado com uma prima irmã do senador José Serra (PSDB-SP) e foi conselheiro
do banco Banespa, além de ajudar em campanhas eleitorais do PSDB em São Paulo.
Segundo o Ministério Público, Baiano revelou em depoimento que US$ 15 milhões foram
usados "para o pagamento de propina em favor" de seis funcionários da Petrobras.
O dinheiro foi "primeiramente repassado pela Astra a partir da celebração de um contrato
de consultoria fraudulento, no valor de US$ 15 milhões, firmado entre uma das empresas
do grupo Astra Oil e a Iberbras (empresa em nome da qual Fernando Soares atuava como
representante no Brasil)".
De acordo com os procuradores da República, Preciado aparece relacionado a um "segundo
contrato de consultoria" providenciado por Fernando Soares, "firmado entre a Iberbras
e a Three Lions, no qual, após descontado o percentual a ser pago ao também operador
Gregório Marin Preciado, o valor restante foi disponibilizado a Fernando Soares, para que
efetuasse a distribuição da propina, por meio de transferências internacionais realizadas
a partir de sua conta Three Lions, localizada em Liechtenstein".
Conforme a Lava Jato, "dos US$ 15 milhões repassados pela Astra para o pagamento de
propinas, Alberto Feilhaber recebeu para si a quantia de US$ 5 milhões, pagos a título
de 'comissão' em razão de ter contribuído para que se concretizasse a aquisição da
refinaria de Pasadena pela Petrobras".
CASA DE CÂMBIO
A atuação do novo operador, preso nesta segunda, também promete desdobramentos.
Antigo proprietário de uma casa de câmbio no Rio, Nelson Martins Ribeiro operou para
vários funcionários da Petrobras, nas diretorias de Abastecimento e Internacional,
principalmente por meio de contas no exterior, segundo a Procuradoria. Ele também
intermediou o pagamento de cerca de US$ 5 milhões a Paulo Roberto Costa, segundo a PF.
O operador já foi investigado por lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro, anos atrás.
Para a PF, ele é "um Youssef de dez anos atrás", segundo o delegado Igor Romário de
Paula. Ou seja, operava em várias frentes, para empresas e contraventores, e não
especificamente para um partido.
A força-tarefa aguarda informações da Suíça sobre contas que Ribeiro mantinha
naquele país, para identificar outros eventuais beneficiados do esquema.
SEGUNDO PRESO
Também foi preso temporariamente o ex-funcionário da Petrobras Roberto Gonçalves,
ex-gerente executivo de engenharia na diretoria de Serviços, detido em Niterói.
Gonçalves foi sucessor de Pedro Barusco na gerência, e é suspeito de também
ter recebido propina do esquema.
Ele é investigado sob suspeita de irregularidades na compra de sondas e na obra
da Comperj, refinaria do Rio de Janeiro -fatos que ainda estão em investigações
iniciais pela força-tarefa da Lava Jato.
Os presos serão levados para a Superintendência da PF em Curitiba ainda nesta segunda.
Na capital baiana, segundo a PF, foi cumprido um mandado de busca e apreensão
e um de condução coercitiva. A pessoa conduzida já foi ouvida e liberada.
Seu nome não foi divulgado.
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