Total de propinas investigadas pela Lava Jato pode chegar a R$ 10 bilhões, diz procurador
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Total de propinas investigadas pela Lava Jato pode chegar a R$ 10 bilhões, diz procurador
Total de propinas investigadas pela Lava Jato pode chegar
a R$ 10 bilhões, diz procurador
LUCIANA NUNES LEAL - O ESTADO DE S. PAULO
09 Outubro 2015 | 12h 00
Rio - O procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba,
calculou nesta sexta-feira, 9, que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema
de corrupção da Petrobrás e outras estatais e órg
ãos públicos chega a pelo menos R$ 10 bilhões. Ao defender as delações premiadas como "o motor"
da operação, Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto de gasolina
suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco esquema de corrupção.
Deltan Dallagnol, procurador da República
"As colaborações premiadas agilizam as investigações, funcionam como agentes catalisadores que potencializam
a investigação. Antes da primeira colaboração tínhamos uma investigação envolvendo R$ 26 milhões. Depois das
colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$ 10 bilhões. Não são pontos de chegada, mas ótimos
pontos de partida. Não abreviam o caminho, mas temos um vislumbre do caminho mais provável para chegar às
provas e evidências que precisamos para acusar alguém", disse o procurador. "Temos corrupção descoberta em
outros órgãos públicos além da Petrobras, como Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Caixa Econômica
Federal , Eletronuclear e outros casos ainda em investigação."
Somente na estatal do petróleo, foram pagas propinas de R$ 6,2 bilhões, mas os prejuízos gerais da empresa são de cerca de R$ 20 bilhões, segundo Dallagnol. Para chegar a este valor, o procurador somou as propinas com superfaturamento de contratos. "Apenas a propina da Petrobras envolveu R$ 6,2 bilhões. É parte do prejuízo. (Somando o) lucro ilícito das empresas com prática de superfaturamento envolvendo cartel, provavelmente o prejuízo superará os R$ 20 bilhões", disse Dallagnol em entrevista depois de fazer palestra sobre a campanha "10 Medidas contra a Corrupção", no XXI Congresso Nacional do Ministério Público. Valor semelhante, de R$ 19 bilhões, já havia sido calculado por policiais federais envolvidos na investigação de desvios na Petrobrás.
Os R$ 10 bilhões citados pelo procurador resultam da soma dos R$ 6,2 bilhões da Petrobras com as propinas pagas em outras instituições públicas investigadas na operação. O procurador disse não ter ainda o cálculo dos prejuízos totais sofridos pelos outros órgãos públicos alvos da Lava Jato, além da estatal petrolífera.
Dallagnol rejeitou a tese de que as investigações paralisaram grande parte da economia brasileira, por causa da suspensão de contratos das empresas envolvidas no esquema de corrupção. "A apuração do crime não prejudica a economia, o que prejudica a economia é o crime praticado. É o mesmo que culpar o investigador por ter encontrado o cadáver", comparou. Segundo o procurador, as investigações ainda vão durar "alguns anos". "Se parássemos agora (de levantar novas informações sobre o esquema), ainda teríamos material para pelo menos um ano. Mas devemos ter novas colaborações e novos veios de investigação", disse.
A campanha "10 Medidas contra a Corrupção" pretende recolher assinaturas para que seja apresentado um projeto de iniciativa popular ao Congresso. A exigência legal é de cerca de 1,5 milhão de signatários. Até agora foram obtidas 370 mil assinaturas.
a R$ 10 bilhões, diz procurador
LUCIANA NUNES LEAL - O ESTADO DE S. PAULO
09 Outubro 2015 | 12h 00
Dallagnol diz que delações foram fundamentais para apuração
de lavagem de R$ 26 milhões em posto de gasolina chegar
ao esquema na Petrobrás
Rio - O procurador Deltan Dallagnol, que atua na investigação da Operação Lava Jato em Curitiba,
calculou nesta sexta-feira, 9, que o valor total das propinas recebidas pelos envolvidos no esquema
de corrupção da Petrobrás e outras estatais e órg
ãos públicos chega a pelo menos R$ 10 bilhões. Ao defender as delações premiadas como "o motor"
da operação, Dallagnol lembrou que a Lava Jato começou com a investigação de um posto de gasolina
suspeito de lavagem de dinheiro e chegou ao gigantesco esquema de corrupção.
Deltan Dallagnol, procurador da República
"As colaborações premiadas agilizam as investigações, funcionam como agentes catalisadores que potencializam
a investigação. Antes da primeira colaboração tínhamos uma investigação envolvendo R$ 26 milhões. Depois das
colaborações, temos uma investigação envolvendo mais de R$ 10 bilhões. Não são pontos de chegada, mas ótimos
pontos de partida. Não abreviam o caminho, mas temos um vislumbre do caminho mais provável para chegar às
provas e evidências que precisamos para acusar alguém", disse o procurador. "Temos corrupção descoberta em
outros órgãos públicos além da Petrobras, como Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Caixa Econômica
Federal , Eletronuclear e outros casos ainda em investigação."
Somente na estatal do petróleo, foram pagas propinas de R$ 6,2 bilhões, mas os prejuízos gerais da empresa são de cerca de R$ 20 bilhões, segundo Dallagnol. Para chegar a este valor, o procurador somou as propinas com superfaturamento de contratos. "Apenas a propina da Petrobras envolveu R$ 6,2 bilhões. É parte do prejuízo. (Somando o) lucro ilícito das empresas com prática de superfaturamento envolvendo cartel, provavelmente o prejuízo superará os R$ 20 bilhões", disse Dallagnol em entrevista depois de fazer palestra sobre a campanha "10 Medidas contra a Corrupção", no XXI Congresso Nacional do Ministério Público. Valor semelhante, de R$ 19 bilhões, já havia sido calculado por policiais federais envolvidos na investigação de desvios na Petrobrás.
Os R$ 10 bilhões citados pelo procurador resultam da soma dos R$ 6,2 bilhões da Petrobras com as propinas pagas em outras instituições públicas investigadas na operação. O procurador disse não ter ainda o cálculo dos prejuízos totais sofridos pelos outros órgãos públicos alvos da Lava Jato, além da estatal petrolífera.
Dallagnol rejeitou a tese de que as investigações paralisaram grande parte da economia brasileira, por causa da suspensão de contratos das empresas envolvidas no esquema de corrupção. "A apuração do crime não prejudica a economia, o que prejudica a economia é o crime praticado. É o mesmo que culpar o investigador por ter encontrado o cadáver", comparou. Segundo o procurador, as investigações ainda vão durar "alguns anos". "Se parássemos agora (de levantar novas informações sobre o esquema), ainda teríamos material para pelo menos um ano. Mas devemos ter novas colaborações e novos veios de investigação", disse.
A campanha "10 Medidas contra a Corrupção" pretende recolher assinaturas para que seja apresentado um projeto de iniciativa popular ao Congresso. A exigência legal é de cerca de 1,5 milhão de signatários. Até agora foram obtidas 370 mil assinaturas.
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