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Bomba de efeito retardado 12/03/2010

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Mensagem  forum vitimas Bancoop Sáb Abr 10 2010, 09:46

VEJA

Bomba de efeito retardado

12/03/2010 13:01:28

Gilberto Nascimento


Quando João Vaccari Neto foi anunciado o novo tesoureiro do PT nacional no 4º congresso petista em Brasília, em fevereiro, quem acompanha de perto as atividades do partido já sabia que o nome do dirigente iria, em breve, estampar as páginas dos jornais. Era esperado que adversários do PT ressuscitassem o caso de um malogrado projeto criado, em 1997, por sindicalistas petistas: a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

Vaccari é ex-presidente da entidade, acusada de lesar ao menos 3 mil cooperados que não receberam seus imóveis oferecidos a preços vantajosos, 40% abaixo do mercado. Outros 5,5 mil, segundo as associações de compradores, entraram em suas novas residências, mas enfrentam problemas. “Recebemos cobranças injustificáveis, não conseguimos a escritura e enfrentamos problemas estruturais nos prédios”, diz um técnico em eletrônica do bairro do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, que não quer ser identificado por temer represálias. Cerca de 500 sentenças em favor dos compradores já foram dadas na Justiça. Na quarta-feira 10, oito associações criadas pelos cooperados foram ao Ministério Público de São Paulo pedir a extinção da cooperativa.

A Bancoop teria um rombo hoje de 100 milhões de reais, segundo o promotor José Carlos Blat. Na sexta-feira 5, ele pediu a quebra de sigilo bancário de Vaccari. O promotor acusa a cooperativa de, supostamente, desviar dinheiro para campanhas do PT. Em depoimento ao MP, uma testemunha, Andy Roberto, ex-segurança da entidade, disse que um antigo presidente, Luiz Malheiro (morto em um acidente de carro em 2004), teria entregue pacotes de dinheiro a Vaccari, quando o atual tesoureiro petista comandava o Sindicato dos Bancários de São Paulo. Em uma entrevista posterior, Roberto amenizou a acusação, mas disse acreditar que a entrega de dinheiro ocorreu. Vaccari nega enfaticamente as acusações.

Blat qualifica a Bancoop de “organização criminosa”, mas, apesar de investigá-la desde 2006, até hoje não ofereceu denúncia. Em 2008, foi firmado um termo de ajuste de conduta entre a cooperativa e o promotor João Lopes Guimarães Júnior. O acordo foi ratificado pelo Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo. Para a Bancoop, se houve um entendimento entre as partes para cumprir as exigências dos cooperados, não haveria mais qualquer ato ilícito e Blat não deveria reacender o caso.

“Esse promotor quer sacanear comigo porque sou petista, tesoureiro do PT. É uma ação eleitoreira”, afirmou Vaccari a O Estado de S. Paulo na quarta-feira 10. “Se esse promotor quisesse saber quem sacou dinheiro, não somava cheques de operação interbancária. Ele soma e diz que é rombo. E não tem caixa 2 no PT. Eu nunca tive conhecimento disso. Se o Blat tivesse feito uma investigação séria, não diria tanta bobagem.” Segundo o dirigente petista, o que aconteceu na Bancoop foi apenas um “desequilíbrio financeiro”. Erros orçamentários, argumentou, provocaram o reajuste das estimativas de custo. “Chamamos os cooperados e dissemos: ‘Amigos, com esse dinheiro dá para fazer duas torres, não três. Auditem para verificar’. Alguns fizeram isso e estão tocando a vida. Outros não concordaram com o resultado. Só que faltava dinheiro. Aí, o cara pega o termo de adesão e lá tem todas as regrinhas, inclusive a de que eles têm que pagar eventuais diferenças de preços. Mas eles dizem: ‘Ah, tem que construir por esse preço que você falou’. É estimativa de custo. Esse promotor faz essa apologia o tempo todo. Por que não propõe ação na Justiça?”, perguntou Vaccari.

O caso Bancoop ainda vai gerar muita polêmica. Na terça-feira 9, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou a instalação de uma CPI para apurar o caso. A proposta foi apresentada pelo deputado Samuel Moreira, líder do PSDB. Com a maioria aliada ao governador tucano José Serra, a Casa tem recusado sistematicamente, nos últimos anos, pedidos para investigar irregularidades no governo. Petistas consideraram o pedido desta CPI improcedente, por não ter sido utilizado dinheiro público na cooperativa.
O PT promete reagir ao que considera ataques orquestrados pela oposição e por setores da mídia. O presidente nacional do partido, José Eduardo Dutra, disse que fará uma representação ao Conselho Nacional do Ministério Público contra Blat. O promotor, segundo ele, é “a fonte primária de onde brotam as mentiras, as ilações, as acusações sem prova e o evidente interesse em usar a imprensa para se promover à custa de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual”. O partido quer ainda processar a revista Veja e o jornal O Estado de S. Paulo por conta de reportagens e editoriais considerados ofensivos.

Entre os cooperados da Bancoop estão muitos petistas, inclusive atuais e ex-diretores do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Até o presidente Lula faz parte da lista de compradores. Segundo declaração de bens entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006, o presidente adquiriu na cooperativa habitacional um apartamento em construção na praia de Astúrias, no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Até maio de 2005, pagou 47 mil reais, de acordo com sua declaração de bens. No empreendimento, era prevista a construção de duas torres, mas somente uma foi erguida até o momento.

Reservadamente, um ex-diretor do Sindicato dos Bancários admite a má gestão na entidade. Ele diz não acreditar no envio de recursos ao PT, mas confirma irregularidades. “A cooperativa deveria ter feito um caixa para cada empreendimento. Mas fizeram um caixa único, ao contrário do que determina a lei. Depois, vários pagaram, outros não. As despesas ficaram muito mais elevadas e não deu para garantir todos os apartamentos.”

Segundo o ex-dirigente, as transferências bancárias citadas pelo promotor Blat como supostos saques feitos na boca de caixa não fazem qualquer sentido. “Operações interbancárias eram feitas, com cheques de uma mesma pessoa, de uma conta para a outra, para evitar o pagamento de CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Eu fazia isso”, diz o ex-diretor. Se a atuação de Blat trará benefícios aos cooperados ainda não se sabe. Mas que venderá munição à oposição, parece claro.

http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=8&i=6243

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