Ex-marqueteiro do PT assina acordo para iniciar delação - o globo
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Ex-marqueteiro do PT assina acordo para iniciar delação - o globo
[size=50]Ex-marqueteiro do PT assina [/size]
[size=50]acordo[/size][size=50]para iniciar delação[/size]
João Santana e sua mulher firmam termo de confidencialidade com a PGR
[size=14]POR THIAGO HERDY, ENVIADO ESPECIAL[/size]
21/07/2016 4:30
Mônica Moura e seu marido, o ex-marqueteiro do PT João Santana, deixam a sede da PF no Paraná, de onde, foram transferidos
para o Complexo Médico Penal - Geraldo Bubniak/3-5-2016
CURITIBA — O ex-marqueteiro do PT João Santana e sua mulher e sócia, a empresária Mônica Moura, assinaram
termo de confidencialidade com a Procuradoria-Geral da República (PGR), documento que marca o início do
processo formal de colaboração premiada. Presos em Curitiba há cinco meses, dessa vez o casal tenta fechar
uma delação em dupla — no início de abril Mônica tentou acordo individual, mas os termos não foram aceitos
pelos procuradores.
Desde 15 de junho deste ano o casal está preso na carceragem da Superintendência da Polícia Federal em
Curitiba. Antes, ele estava detido no Complexo Médico Penal, na Região Metropolitana de Curitiba, e ela,
em um presídio feminino.
A transferência, realizada há mais de um mês, ocorreu a pedido dos advogados da dupla e com a anuência
do Ministério Público, para facilitar as conversas com seus defensores.
O acordo ainda está em fase de negociação, o que significa que os dois ainda não prestaram qualquer
depoimento aos procuradores.
O termo de confidencialidade é uma espécie de pré-delação e antecede a assinatura do acordo com
a Justiça. Nesta quinta-feira, os dois estarão pela primeira vez de frente com o juiz da 13ª Vara da
Justiça Federal em Curitiba, Sérgio Moro, que determinou a prisão do casal.
Eles serão interrogados na ação penal em que respondem por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro em função do recebimento de US$ 4,5 milhões (R$ 14,6 milhões) em 2013 e 2014 do
representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e fornecedor da Petrobras, o engenheiro Zwi Skornick,
como contribuição para ajudar a financiar a campanha pela reeleição da presidente afastada,
Dilma Rousseff.
O pagamento foi feito diretamente em uma conta do ex-marqueteiro João Santana na Suíça,
e não declarado à Justiça Federal. Em colaboração assinada com o Ministério Público e ainda não
homologada pela Justiça, Zwi Skornick confirmou se tratar de pagamento relacionado aos contratos
da empresa no Brasil e a pedido do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
No único depoimento formal prestado até agora sobre o assunto, Mônica alegou que os pagamentos
estavam relacionados a contratos do estaleiro Keppel em Angola, país onde o casal Santana
também prestou serviços.
Como se trata de interrogatório a respeito de um caso específico, o casal poderá apresentar
esclarecimentos a Moro e também pedir para ficar em silêncio se alguma pergunta estiver
relacionada a tema do acordo em negociação.
Em tentativa frustrada de fechar colaboração com o MPF em abril deste ano, Mônica admitiu
ter arrecadado R$ 10 milhões para a campanha de Dilma de 2014, pagos a ela e a João
Santana fora da contabilidade oficial. Na ocasião, ela afirmou ter havido caixa 2 nas campanhas
pela eleição de Dilma (2010), e pela reeleição de Lula (2006), além das campanhas municipais
de Fernando Haddad (2012), Marta Suplicy (2008) e Gleisi Hoffmann (2008).
Segundo Mônica, os pagamentos no caixa 2 de 2014 teriam sido intermediados pelos
ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, além de Vaccari. O trio teria indicado
executivos que deveriam ser procurados para ela e João Santana receberem as contribuições.
ilegais. Os três citados e a campanha de Dilma negaram a acusação da antiga aliada.
Na tentativa de delação de abril, Moura também disse que o grupo J&F, controlador das marcas
Friboi e da JBS, contribuiu com caixa 2 para a campanha de Dilma pagando diretamente uma
dívida com a gráfica Focal Confecção e Comunicação Visual, de São Bernardo do Campo, no
ABC Paulista. Na época, o grupo J&F negou ter realizado o pagamento. Nas conversas com
a PGR, Moura relatou, ainda, que o empresário Eike Batista fez pagamentos na conta dela
e de João Santana no exterior, vinculados a campanhas políticas realizadas pelo casal.
Na carceragem da PF em Curitiba, a rotina do casal inclui conversas quase diárias com seus
advogados, que negociam com os procuradores o acordo de delação. Os dois estão em celas
separadas, embora estejam lado a lado — Mônica está sozinha na cela 3, e Santana divide
espaço com duas pessoas: Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro do grupo de mesmo
nome, e um traficante de drogas que está preso em Curitiba desde dezembro do ano passado.
Na quarta-feira, advogados de Santana não retornaram os contatos do GLOBO.
Assim como o casal Santana, Odebrecht também tenta fechar um acordo de delação. Embora
a negociação se estenda há mais tempo e esteja mais adiantada, é considerada a mais
complexa da Lava-Jato. A negociação da multa a ser paga pela empresa em acordo de
leniência começou a ser discutida em torno de R$ 12 bilhões e estaria perto de R$ 6 bilhões.
Nas tratativas com a PGR, Marcelo Odebrecht é orientado a informar cada pagamento irregular
realizado pela empresa, incluindo intermediários, beneficiários finais e respectivo benefício
ou contrato obtido pela empresa em função da propina paga. Os advogados exigem cláusula
que garante soltura imediata do executivo depois de homologação do acordo —
os procuradores resistem a aceitar.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/ex-marqueteiro-do-pt-assina-acordo-para-iniciar-delacao-19756372#ixzz4F2L3hoqb
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