Lobista preso fez ‘contato’ com Lula antes de edição de medida provisória
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Lobista preso fez ‘contato’ com Lula antes de edição de medida provisória
Lobista preso fez ‘contato’ com Lula antes de edição de medida provisória
POR FÁBIO FABRINI E ANDREZA MATAIS, DE BRASÍLIA E JULIA AFFONSO, DE SÃO PAULO
28/10/2015, 19h39
Relatório da Operação Zelotes diz que Mauro Marcondes, acusado
de "comprar" MPs, tinha relação de 'proximidade' com o petista
O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Documentos apreendidos na Operação Zelotes indicam que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva manteve contato com o lobista Mauro Marcondes
Machado em agosto de 2013, período em que ele negociava a medida
provisória 627, sob suspeita de ter sido “comprada”.
A MP foi editada em novembro do mesmo ano pela presidente Dilma
Rousseff e favoreceu clientes do lobista. Relatório da investigação,
obtido pelo Estado, diz que Lula e Marcondes, preso na última
segunda-feira, tinham relação de “proximidade”.
Num dos papeis recolhidos no escritório do lobista, cujo título
é “Pendências Dr. Mauro Marcondes (16/08/2013)”, estão descritos
compromissos a serem cumpridos por ele na negociação de
interesses de seus clientes, entre eles montadoras de veículos.
Um dos itens registrados é: “Colocar Dr. Mauro em contato com
o Presidente Lula – Instituto Lula”.
Para a Inteligência da Receita Federal, que produziu análise sobre
os documentos, as “anotações do lobista revelam a existência de
proximidade com o ex-presidente Lula”, tendo em vista seu
“planejamento de contato telefônico e pessoal” com o petista.
O lobista Mauro Marcondes, preso na Operação Zelotes. Foto: Divulgação
Lula não é investigado na Zelotes. Mas, em nova fase da operação,
a Polícia Federal fez na última segunda-feira, 26, buscas no escritório
de um dos filhos dele, Luís Cláudio Lula Silva.
Luís Cláudio é investigado por, supostamente, receber recursos
relacionados à edição da MP 627 por meio de uma de suas empresas,
a LFT Marketing Esportivo. Os pagamentos foram feitos em pela firma
de Marcondes em 2014. Os repasses somaram R$ 1,5 milhão,
o que o Ministério Público Federal considera “muito suspeito”.
O filho de Lula sustenta que os valores se referem a serviços prestados
para a empresa de Mauro Marcondes em sua área de atuação,
o marketing esportivo.
A MP 627 – que trata de incentivos para grandes empresas, entre elas
montadoras de veículos que contrataram o lobista – foi editada pela
presidente Dilma Rousseff em 11 de novembro de 2013.
Entre as “pendências” de Mauro Marcondes em agosto daquele ano, constam
ainda “ligar para Gilberto Carvalho”, na época ministro da Secretaria-Geral
da Presidência, e uma reunião com o então ministro do Desenvolvimento
e hoje governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), para tratar de
benefícios para a indústria de pneus.
Pimentel é investigado em outra operação, a Acrônimo, por suspeita
de “vender” portarias do Ministério do Desenvolvimento para a CAOA,
cliente de Marcondes.
A Inteligência da Receita destaca em seu relatório que o lobista tinha
“trânsito facilitado com outros agentes públicos, especialmente do PT”,
o que pode ser depreendido de outra lista de agendamento de reuniões,
de 17 de abril de 2013. Entre os citados, estão o prefeito de São
Bernardo do Campo, Luiz Marinho, o ex-ministro Antonio Palocci
e o ex-senador e atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Todos são petistas.
Em 2012, anos de eleições municipais, a empresa de Mautoni contribuiu
com o Comitê Financeiro do PT. O valor foi simbólico, ante aos recursos
vultosos movimentados pela firma: R$ 25 mil.
Procurado pelo Estado, o Instituto Lula alegou desconhecer “o relatório
e o documento citados”. “Para avaliarmos as respostas às perguntas
(da reportagem), necessitamos da documentação original citada”,
explicou, em nota, acrescentando que a defesa de Luís Cláudio também
não tem ciência do material.
A Marcondes e Mautoni, procurada pelo Estado desde a última
segunda-feira, não se pronunciou sobre os dados da investigação.
A defesa de Fernando Pimentel afirma que não comenta o conteúdo
da Operação Acrônimo.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/lobista-preso-fez-contato-com-lula-antes-de-edicao-de-medida-provisoria/
POR FÁBIO FABRINI E ANDREZA MATAIS, DE BRASÍLIA E JULIA AFFONSO, DE SÃO PAULO
28/10/2015, 19h39
Relatório da Operação Zelotes diz que Mauro Marcondes, acusado
de "comprar" MPs, tinha relação de 'proximidade' com o petista
O ex-presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Documentos apreendidos na Operação Zelotes indicam que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva manteve contato com o lobista Mauro Marcondes
Machado em agosto de 2013, período em que ele negociava a medida
provisória 627, sob suspeita de ter sido “comprada”.
A MP foi editada em novembro do mesmo ano pela presidente Dilma
Rousseff e favoreceu clientes do lobista. Relatório da investigação,
obtido pelo Estado, diz que Lula e Marcondes, preso na última
segunda-feira, tinham relação de “proximidade”.
Num dos papeis recolhidos no escritório do lobista, cujo título
é “Pendências Dr. Mauro Marcondes (16/08/2013)”, estão descritos
compromissos a serem cumpridos por ele na negociação de
interesses de seus clientes, entre eles montadoras de veículos.
Um dos itens registrados é: “Colocar Dr. Mauro em contato com
o Presidente Lula – Instituto Lula”.
Para a Inteligência da Receita Federal, que produziu análise sobre
os documentos, as “anotações do lobista revelam a existência de
proximidade com o ex-presidente Lula”, tendo em vista seu
“planejamento de contato telefônico e pessoal” com o petista.
O lobista Mauro Marcondes, preso na Operação Zelotes. Foto: Divulgação
Lula não é investigado na Zelotes. Mas, em nova fase da operação,
a Polícia Federal fez na última segunda-feira, 26, buscas no escritório
de um dos filhos dele, Luís Cláudio Lula Silva.
Luís Cláudio é investigado por, supostamente, receber recursos
relacionados à edição da MP 627 por meio de uma de suas empresas,
a LFT Marketing Esportivo. Os pagamentos foram feitos em pela firma
de Marcondes em 2014. Os repasses somaram R$ 1,5 milhão,
o que o Ministério Público Federal considera “muito suspeito”.
O filho de Lula sustenta que os valores se referem a serviços prestados
para a empresa de Mauro Marcondes em sua área de atuação,
o marketing esportivo.
A MP 627 – que trata de incentivos para grandes empresas, entre elas
montadoras de veículos que contrataram o lobista – foi editada pela
presidente Dilma Rousseff em 11 de novembro de 2013.
Entre as “pendências” de Mauro Marcondes em agosto daquele ano, constam
ainda “ligar para Gilberto Carvalho”, na época ministro da Secretaria-Geral
da Presidência, e uma reunião com o então ministro do Desenvolvimento
e hoje governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), para tratar de
benefícios para a indústria de pneus.
Pimentel é investigado em outra operação, a Acrônimo, por suspeita
de “vender” portarias do Ministério do Desenvolvimento para a CAOA,
cliente de Marcondes.
A Inteligência da Receita destaca em seu relatório que o lobista tinha
“trânsito facilitado com outros agentes públicos, especialmente do PT”,
o que pode ser depreendido de outra lista de agendamento de reuniões,
de 17 de abril de 2013. Entre os citados, estão o prefeito de São
Bernardo do Campo, Luiz Marinho, o ex-ministro Antonio Palocci
e o ex-senador e atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
Todos são petistas.
Em 2012, anos de eleições municipais, a empresa de Mautoni contribuiu
com o Comitê Financeiro do PT. O valor foi simbólico, ante aos recursos
vultosos movimentados pela firma: R$ 25 mil.
Procurado pelo Estado, o Instituto Lula alegou desconhecer “o relatório
e o documento citados”. “Para avaliarmos as respostas às perguntas
(da reportagem), necessitamos da documentação original citada”,
explicou, em nota, acrescentando que a defesa de Luís Cláudio também
não tem ciência do material.
A Marcondes e Mautoni, procurada pelo Estado desde a última
segunda-feira, não se pronunciou sobre os dados da investigação.
A defesa de Fernando Pimentel afirma que não comenta o conteúdo
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