Baiano: Palocci pediu dinheiro do petrolão para a campanha de Dilma – e o dinheiro foi entregue
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Baiano: Palocci pediu dinheiro do petrolão para a campanha de Dilma – e o dinheiro foi entregue
Baiano: Palocci pediu dinheiro do petrolão para a campanha de Dilma
– e o dinheiro foi entregue
Por: Robson Bonin18/09/2015 às 23:37 - Atualizado em 18/09/2015 às 23:45
No segundo semestre de 2010, a inflação estava controlada, o Brasil crescia em ritmo chinês
e as taxas de desemprego eram consideradas desprezíveis.
A sensação de bem-estar, a propaganda oficial maciça e a popularidade do então presidente
Lula criavam as condições ideais para que Dilma Rousseff passasse de mera desconhecida
a favorita para vencer as eleições.
Paralelamente, um grupo pequeno de políticos e servidores corruptos da Petrobras
acompanhava com compreensível interesse os desdobramentos do processo eleitoral.
Foi nesse cenário que a campanha de Dilma e o maior esquema de corrupção da história
do país selaram um acordo que, se confirmado, pode se transformar na primeira grande
evidência de que o petrolão ajudou a financiar a campanha de Dilma Rousseff.
Mais que isso.
Se confirmado, estará provado que os coordenadores da campanha sabiam da existência
do aparelho clandestino de desvio de dinheiro da Petrobras, se beneficiaram dele, conheciam
seus protagonistas e, no poder, deixaram que tudo continuasse funcionando tranquilamente
até o ano passado, quando a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Paraná
desencadearam a Operação Lava-Jato.
A lógica permite afirmar que seria impossível um esquema responsável por desviar quase
20 bilhões de reais, que envolve ministros de Estado, senadores, deputados aliados
e a cúpula do PT, o partido que está no poder desde que tudo começou, existir sem
conhecimento do presidente da República.
Os fatos, a cada novo depoimento, apontam na mesma direção. Condenado por corrupção
e lavagem de dinheiro, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, negocia um acordo
de delação premiada com a Justiça.
Ele já prestou vários depoimentos. Num deles, contou ter participado pessoalmente
da operação que levou 2 milhões de reais à campanha petista. No ano passado, o ex-diretor
Paulo Roberto Costa disse que o ex-ministro Antonio Palocci, então coordenador da campanha
de Dilma, lhe pedira 2 milhões de reais.
O dinheiro, segundo ele, foi providenciado pelo doleiro Alberto Youssef. Ouvido,
o doleiro afirmou que desconhecia a existência de qualquer repasse a Antonio Palocci.
A CPI da Petrobras chegou a promover uma acareação entre os dois para tentar
esclarecer a divergência. Sem sucesso.
Baiano contou detalhes que não só confirmam as declarações de Paulo Roberto
e de Alberto Youssef como ampliam o que parecia apenas mais uma fortuita doação
ilegal de recursos. É muito mais grave.
O acordo para repassar o dinheiro foi fechado no comitê eleitoral em Brasília depois de
uma reunião entre Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Antonio Palocci.
De acordo com o relato de Baiano, Dilma caminhava para uma eleição certa e, até aquele
momento, ainda não se sabia o que ela pensava a respeito do futuro comando da Petrobras.
Coordenador-geral da campanha, Palocci forneceu algumas pistas e fez o pedido:
precisava de 2 milhões de reais. Antes de a reunião terminar, recomendou que acertassem
a logística do repasse do dinheiro com "o Dr. Charles", seu assessor no comitê.
E assim foi feito.
Combinou-se que, para a segurança de todos, era melhor que a propina fosse entregue
num hotel de São Paulo.
E assim foi feito. No dia indicado, um dos carros blindados do doleiro Youssef estacionou
na garagem de um conhecido hotel de São Paulo, e uma mala cheia de reais foi desembarcada
e entregue a um homem que já a aguardava.
A suposta contradição entre Youssef e Paulo Roberto sobre a entrega do dinheiro também
foi esclarecida. Depois da versão apresentada por Baiano, o doleiro foi novamente ouvido.
Ele não mentiu ao afirmar que nunca entregara dinheiro a Antonio Palocci.
Por uma razão: ninguém lhe informou que aquela entrega atendia a uma solicitação do ex-ministro.
Youssef, que era o distribuidor de propinas aos parlamentares do PP, contou que, no dia indicado,
ele de fato encheu uma mala com maços de dinheiro, amarrou outros pacotes ao próprio corpo
e dirigiu-se num carro blindado para o hotel Blue Tree, na Avenida Brigadeiro Faria Lima,
em São Paulo.
O que era uma acusação considerada mentirosa, descabida e sem provas pelo ex-ministro
Palocci ganha evidências que precisam ser esclarecidas em profundidade.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fernando-baiano-palocci-pediu-dinheiro-do-petrolao-para-a-campanha-de-dilma-e-o-dinheiro-foi-entregue
– e o dinheiro foi entregue
Em sua delação premiada, o lobista conta que acerto de 2 milhões
de reais foi feito em 2010, dentro do comitê eleitoral da petista
em Brasília, e que a logística da entrega ficou a cargo do ‘Dr. Charles’,
braço direito do ex-ministro
Por: Robson Bonin18/09/2015 às 23:37 - Atualizado em 18/09/2015 às 23:45
O lobista Fernando Baiano: Antônio Palocci, coordenador da campanha de Dilma, lhe teria pedido 2 milhões de reais; antes
de a reunião terminar, recomendou que acertassem o repasse do dinheiro com seu assessor “Dr. Charles”(Vagner Rosario/VEJA)
No segundo semestre de 2010, a inflação estava controlada, o Brasil crescia em ritmo chinês
e as taxas de desemprego eram consideradas desprezíveis.
A sensação de bem-estar, a propaganda oficial maciça e a popularidade do então presidente
Lula criavam as condições ideais para que Dilma Rousseff passasse de mera desconhecida
a favorita para vencer as eleições.
Paralelamente, um grupo pequeno de políticos e servidores corruptos da Petrobras
acompanhava com compreensível interesse os desdobramentos do processo eleitoral.
Foi nesse cenário que a campanha de Dilma e o maior esquema de corrupção da história
do país selaram um acordo que, se confirmado, pode se transformar na primeira grande
evidência de que o petrolão ajudou a financiar a campanha de Dilma Rousseff.
Mais que isso.
Se confirmado, estará provado que os coordenadores da campanha sabiam da existência
do aparelho clandestino de desvio de dinheiro da Petrobras, se beneficiaram dele, conheciam
seus protagonistas e, no poder, deixaram que tudo continuasse funcionando tranquilamente
até o ano passado, quando a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Paraná
desencadearam a Operação Lava-Jato.
A lógica permite afirmar que seria impossível um esquema responsável por desviar quase
20 bilhões de reais, que envolve ministros de Estado, senadores, deputados aliados
e a cúpula do PT, o partido que está no poder desde que tudo começou, existir sem
conhecimento do presidente da República.
Os fatos, a cada novo depoimento, apontam na mesma direção. Condenado por corrupção
e lavagem de dinheiro, o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, negocia um acordo
de delação premiada com a Justiça.
Ele já prestou vários depoimentos. Num deles, contou ter participado pessoalmente
da operação que levou 2 milhões de reais à campanha petista. No ano passado, o ex-diretor
Paulo Roberto Costa disse que o ex-ministro Antonio Palocci, então coordenador da campanha
de Dilma, lhe pedira 2 milhões de reais.
O dinheiro, segundo ele, foi providenciado pelo doleiro Alberto Youssef. Ouvido,
o doleiro afirmou que desconhecia a existência de qualquer repasse a Antonio Palocci.
A CPI da Petrobras chegou a promover uma acareação entre os dois para tentar
esclarecer a divergência. Sem sucesso.
Baiano contou detalhes que não só confirmam as declarações de Paulo Roberto
e de Alberto Youssef como ampliam o que parecia apenas mais uma fortuita doação
ilegal de recursos. É muito mais grave.
O acordo para repassar o dinheiro foi fechado no comitê eleitoral em Brasília depois de
uma reunião entre Fernando Baiano, Paulo Roberto Costa e o ex-ministro Antonio Palocci.
De acordo com o relato de Baiano, Dilma caminhava para uma eleição certa e, até aquele
momento, ainda não se sabia o que ela pensava a respeito do futuro comando da Petrobras.
Coordenador-geral da campanha, Palocci forneceu algumas pistas e fez o pedido:
precisava de 2 milhões de reais. Antes de a reunião terminar, recomendou que acertassem
a logística do repasse do dinheiro com "o Dr. Charles", seu assessor no comitê.
E assim foi feito.
Combinou-se que, para a segurança de todos, era melhor que a propina fosse entregue
num hotel de São Paulo.
E assim foi feito. No dia indicado, um dos carros blindados do doleiro Youssef estacionou
na garagem de um conhecido hotel de São Paulo, e uma mala cheia de reais foi desembarcada
e entregue a um homem que já a aguardava.
A suposta contradição entre Youssef e Paulo Roberto sobre a entrega do dinheiro também
foi esclarecida. Depois da versão apresentada por Baiano, o doleiro foi novamente ouvido.
Ele não mentiu ao afirmar que nunca entregara dinheiro a Antonio Palocci.
Por uma razão: ninguém lhe informou que aquela entrega atendia a uma solicitação do ex-ministro.
Youssef, que era o distribuidor de propinas aos parlamentares do PP, contou que, no dia indicado,
ele de fato encheu uma mala com maços de dinheiro, amarrou outros pacotes ao próprio corpo
e dirigiu-se num carro blindado para o hotel Blue Tree, na Avenida Brigadeiro Faria Lima,
em São Paulo.
O que era uma acusação considerada mentirosa, descabida e sem provas pelo ex-ministro
Palocci ganha evidências que precisam ser esclarecidas em profundidade.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/fernando-baiano-palocci-pediu-dinheiro-do-petrolao-para-a-campanha-de-dilma-e-o-dinheiro-foi-entregue
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