Schahin entrega à Lava Jato recibos da propina a ex-tesoureiro do PT
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Schahin entrega à Lava Jato recibos da propina a ex-tesoureiro do PT
Delator da Schahin entrega à Lava Jato recibos da propina
a ex-tesoureiro do PT
José Antonio Schwarz afirma ter pago R$ 200 mil para a campanha de Paulo
Ferreira a deputado federal pelo Rio Grande do Sul, em 2010, por meio do
escritório de advocacia de Alexandre Romano, o Chambinho
Jullia Affonso, Ricardo Brandt e Fausto Macedo
26 Fevereiro 2017 | 06h00
Um dos recibos entregues pelo delator da Schahin
Paulo Ferreira. Foto: Sergio Castro/AE
O engenheiro José Antonio Marsilio Schwarz, ligado à empreiteira Schahin,
afirmou em delação premiada na Operação Lava Jato ter pago R$ 200 mil
em propina, em 2010, à campanha do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
Naquele ano, o petista concorria ao cargo de deputado federal pelo
Rio Grande do Sul. Schwarz entregou à Lava Jato os recibos da propina.
[size=32]Documento[/size]
- O CONTRATO PDF
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- O DEPOIMENTO PDF
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- RECIBOS DA PROPINA-PARTE 1 PDF
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- RECIBOS DA PROPINA – PARTE 2 PDF
Paulo Ferreira foi preso em 2016 na Operação Abismo, 31.ª fase da Lava Jato
que investiga propinas em obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento
da Petrobrás (Cenpes). No dia 2 de fevereiro passado, por fiança de R$ 200
mil, o ex-tesoureiro foi colocado em liberdade.
Em depoimento prestado em 31 de janeiro, o delator declarou que Paulo
Ferreira procurou a empresa Schahin em março de 2010 ‘pedindo
contribuição paralela para sua campanha’. José Antonio Schwarz afirmou
que, na ocasião, o petista deixou o número de telefone com o empresário
Milton Taufic Schahin, sócio do Grupo Schahin.
“Cerca de 10 dias depois da solicitação, Milton Schahin concordou em
fazer a contribuição que ficou estabelecida em R$ 200 mil e passou esse
assunto para ser tratado pelo declarante; que o declarante foi, então,
comunicado por Milton Schahin e que recebeu dele o telefone de Paulo
Ferreira”, relatou.
Schwarz afirmou que Paulo Ferreira pediu que o pagamento fosse feito
ao escritório Oliveira Romano Sociedade de Advogados, do ex-vereador
Alexandre Romano, o Chambinho, do PT.
Alexandre Romano também é um dos delatores da Lava Jato.
“Sobre o modelo de pagamento proposto por Paulo Ferreira o declarante
obteve a autorização de Milton Schahin e no mesmo dia, ou no dia
seguinte, telefonou para Alexandre Romano e combinou de ir até o
escritório dele para obter os dados a fim de efetuar o pagamento”,
declarou o engenheiro da Schahin.
“Nessa reunião o declarante avisou que fariam o pagamento de doação
para campanha política para deputado de Paulo Ferreira, tendo se
estabelecido como se dariam os pagamentos; que não foi feito nenhum
contrato com o escritório de Alexandre Romano, nem mesmo para simular
prestação de serviços a pretexto de justificar os pagamentos; que
Alexandre Romano de fato chegou a oferecer uma prestação de serviços
mas o declarante não deu andamento a essa possibilidade.”
O delator relatou que foram emitidas 5 notas fiscais no valor
de R$ 74.698,22 cada. “Foram realizados pagamentos apenas em
relação às notas fiscais nº 054, 085 e 093, sendo que as de nº 065
e 077 foram canceladas”, afirmou à Lava Jato.
Segundo José Antonio Schwarz, ‘aproximadamente 2 meses após concluir
os pagamentos quanto as doações, tendo em vista que estavam em
andamento algumas obras da Schahin com o governo federal, Milton
Schahin pediu o declarante entrar em contato com João Vaccari Neto
para falar a respeito dessa doação’.
O engenheiro declarou que falou
com o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto que a empresa havia
‘doado valores para a campanha de Paulo Ferreira e que entendiam
que esse pagamento seria considerado pela empresa como parte das
contribuições frequentes que eram feitas ao Partido dos Trabalhadores’.
“João Vaccari Neto escutou e anuiu com essa situação”, afirmou o delator.
O acordo de delação premiada de Schwarz foi homologado em 8 de fevereiro.
Pelo contrato, o engenheiro deverá pagar multa de R$ 500 mil ‘a ser
adimplida em 4 parcelas de, no mínimo, R$ 125 mil, vencendo a primeira
em 30 dias da homologação do presente acordo e as demais
subsequentemente’.
No dia 14 de dezembro, ainda preso, Paulo Ferreira foi interrogado por
Moro e confessou que o PT – e os outros partidos políticos – trabalha
com recursos não contabilizados. Ele disse que ‘negar informalidades
nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio’.
“É um problema da cultura política nacional, dr. Moro”, disse
o ex-tesoureiro, na ocasião. “Eu não estou aqui pra mentir pra ninguém.
Estou aqui pra ajustar alguma dívida que eu tenha, minha disposição
aqui é essa.”
COM A PALAVRA, O ADVOGADO ELIAS MATTAR ASSAD, QUE DEFENDE PAULO FERREIRA
A defesa de Paulo Ferreira, por meio do advogado Elias Mattar Assad, declarou que o conteúdo da delação não atinge nem compromete a defesa do seu cliente.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/delator-da-schahin-entrega-a-lava-jato-recibos-da-propina-a-ex-tesoureiro-do-pt/
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