‘Palocci solicitou R$ 15 milhões para Delfim Netto’ em Belo Monte, diz empreiteiro -ESTADÃO
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‘Palocci solicitou R$ 15 milhões para Delfim Netto’ em Belo Monte, diz empreiteiro -ESTADÃO
‘Palocci solicitou R$ 15 milhões para Delfim Netto’
em Belo Monte,diz empreiteiro
POR FAUSTO MACEDO, RICARDO BRANDT, JULIA AFFONSO E FÁBIO SERAPIÃO/BRASÍLIA
28/06/2016, 04h11
Presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, revelou
em sua delação premiada a atuação do ex-ministro do milagre econômico e
do amigo de Lula José Carlos Bumlai na corrupção nas obras da usina e que
valores foram abatidos da propina do PT e do PMDB - paga em doações eleitorais
O ex-ministro Antonio Palocci. Foto: André Dusek/Estadão
O empresário Otávio Marques Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez,
afirmou em sua delação premiada, que o ex-ministro da Antonio Palocci (Fazenda
e Casa Civil) cobrou o repasse de R$ 15 milhões, referentes aos contrato de na
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para economista Defim Netto
– ex-ministro da Fazenda na ditadura e um dos principais conselheiros do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dos valores teria sido repassado
ao PT via doações oficiais nas campanhas de 2010, 2012 e 2014.
“Antonio Palocci, provavelmente em São Paulo, solicitou ao declarante
o pagamento de R$ 15 milhões para Delfim Netto dedutível do 1% de propina
a ser paga”, afirmo o presidente afastado da Andrade, em seu termo de
delação sobre Belo Monte. “A empresa atendeu essa determinação de Palocci,
porém descontou o valor pago a Delfim do montante total solicitado aos
partidos PMDB e PT, em partes iguais.”
Palocci foi ministro da Casa Civil do governo da presidente afastada Dilma
Rousseff e um dos principais responsáveis por sua campanha em 2010.
Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta participação
em propinas. Por meio de sua defesa, ele afirmou, em outra ocasião, que
“jamais solicitou de quem quer que seja dinheiro ilícito”.
Palocci foi ministro da Casa Civil do governo da presidente afastada
Dilma Rousseff e um dos principais responsáveis por sua campanha
em 2010. Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta
participação em propinas.
Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro
no esquema da Petrobrás, Azevedo fechou acordo de delação premiada
com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros executivos do
grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo ele, 1% do
bilionário contrato das obras de Belo Monte envolveu propina acertada
com PMDB e PT.
“O pagamento do PT foi feito em doação oficial, ou seja, em doação eleitoral.
O pagamento do PMDB, não sabe informar que foi feito em doação eleitoral,
mas, possivelmente, também pode ter sido pago parte em dinheiro”, afirmou
o empreiteiro.
Doações. Azevedo afirmou que a campanha de 2014 do PT recebeu
R$ 4,5 milhões em doações da Andrade Gutierrez, que seria referente
a R$ 10 milhões do acerto de Belo Monte. “Os valores a título de propina,
no caso do PT, foram realizados, em parcelas, como doação eleitoral,
como já dito. Que, no caso do PT, as propinas foram pagas, no montante
de (R$) 10 milhões, da seguinte forma: em 2010, o valor de 2,5 milhões
de reais; em 2012, o valor de 1,6 milhão de reais; em 2014, no valor de
4,5 milhões de reais e, para Delfim Netto, o valor de 1,4 milhões de reais”,
registra o Termo de Colaboração 02, de Azevedo, sobre Belo Monte.
O leilão para construção e operação de Belo Monte foi realizado entre
2010 e 2011. Um dos consórcios era integrado pela Andrade Gutierrez.
Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de
dinheiro no esquema da Petrobrás, Azevedo fechou acordo de delação
premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros
executivos do grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo
ele, 1% do bilionário contrato das obras de Belo Monte envolveu
propina acertada com PMDB e PT.
Doações. “O pagamento do PT foi feito em doação oficial, ou seja, em
doação eleitoral. O pagamento do PMDB, não sabe informar que foi feito
em doação eleitoral, mas, possivelmente, também pode ter sido pago
parte em dinheiro”, afirmou o empreiteiro.
Azevedo afirmou que a campanha de 2014 do PT recebeu R$ 4,5 milhões
em doações da Andrade Gutierrez, que seria referente a R$ 10 milhões do
acerto de Belo Monte. “Os valores a título de propina, no caso do PT, foram
realizados, em parcelas, como doação eleitoral, como já dito. Que, no caso
do PT, as propinas foram pagas, no montante de (R$) 10 milhões, da
seguinte forma: em 2010, o valor de 2,5 milhões de reais; em 2012,
o valor de 1,6 milhão de reais; em 2014, no valor de 4,5 milhões de reais
e, para Delfim Neto, o valor de 1,4 milhões de reais”, registra o Termo de
Colaboração 02, de Azevedo, sobre Belo Monte.
O delator apontou os nomes do ex-ministro de Minas e Energia Edison
Lobão (PMDB-MA) e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto como
responsáveis pela indicação de como seriam feitos os repasses, relacionados
à contribuição partidária.
Ex-ministro. Os pagamentos a Delfim teriam relação com a formação do
consórcio vencedor do leilão de obras – negócio de R$ 13 bilhões – junto
com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
“O grupo concorrente era formado por empresas de pequeno porte, sem
experiência no setor e se necessário conhecimento do projeto Belo Monte,
e que, soube mais tarde, ter sido estrutura com a ajuda de Delfim Neto
e José Carlos Bumlai, de forma que era absolutamente previsível que
não conseguiriam prepara um estudo adequado para participar do leilão
e muito menos que tivessem qualquer capacidade técnica ou estrutura
econômica para executar o projeto com tamanha estrutura”, explicou
o presidente afastado da Andrade Gutierrez. “Assim acreditava que tal
consórcio ser mermo figurante, que não tinha condição de ‘ficar de pé’.”.
Delfim foi ministro da Fazenda (1967/1974) e criador do ‘milagre
econômico’ da ditadura militar. O nome do economista, também
ex-deputado federal, foi citado na delação premiada da empreiteira
Andrade Gutierrez pelo suposto recebimento de valores ainda não explicados
no empreendimento da Usina de Belo Monte.
Procurado ontem, a defesa do ex-ministro Delfim Netto informou
que só vai se manifestar depois que tiver acesso à denúncia contra
o ex-ministro.
Quando seu nome foi citado na Lava Jato, Delfim argumentou que havia
feito uma ‘assessoria’. “Antes do leilão (de Belo Monte) só existia um
concorrente. Ajudei a montar o segundo grupo para competir com
o primeiro. Prestei uma assessoria. O segundo grupo era formado
por empresas menores que não estavam no grupo anterior.
Era uma montagem (do segundo grupo) para que houvesse concorrência.
Depois ficou visível que isso não ia acontecer. A Eletrobrás tomou conta
do processo. Isso aconteceu entre 2011 e 2012. Então eu me retirei
normalmente. Terminou, não ia ter concorrência. Ia ter uma escolha direta.”
Em março, quando o Estadão revelou que seu nome havia sido citado na
delação da Andrade Gutierrez, Delfim afirmou: “Eu não recebi nada.
O que eu recebi foi por essa assessoria. Nunca recebi nada por conta
e Belo Monte. Foi uma vida muito efêmera. Eu nunca recebi absolutamente nada.”
Com as obras em andamento, no Rio Xingu, próximo do município de Altamira
(PA), Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo.
A conclusão das obras é prevista para janeiro de 2019.
Investimento total estimado em R$ 28,9 bilhões.
Bumlai, o ex-ministro Lobão e Vaccari não foram localizados.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/47479-2/
em Belo Monte,diz empreiteiro
POR FAUSTO MACEDO, RICARDO BRANDT, JULIA AFFONSO E FÁBIO SERAPIÃO/BRASÍLIA
28/06/2016, 04h11
Presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques Azevedo, revelou
em sua delação premiada a atuação do ex-ministro do milagre econômico e
do amigo de Lula José Carlos Bumlai na corrupção nas obras da usina e que
valores foram abatidos da propina do PT e do PMDB - paga em doações eleitorais
O ex-ministro Antonio Palocci. Foto: André Dusek/Estadão
O empresário Otávio Marques Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez,
afirmou em sua delação premiada, que o ex-ministro da Antonio Palocci (Fazenda
e Casa Civil) cobrou o repasse de R$ 15 milhões, referentes aos contrato de na
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para economista Defim Netto
– ex-ministro da Fazenda na ditadura e um dos principais conselheiros do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dos valores teria sido repassado
ao PT via doações oficiais nas campanhas de 2010, 2012 e 2014.
“Antonio Palocci, provavelmente em São Paulo, solicitou ao declarante
o pagamento de R$ 15 milhões para Delfim Netto dedutível do 1% de propina
a ser paga”, afirmo o presidente afastado da Andrade, em seu termo de
delação sobre Belo Monte. “A empresa atendeu essa determinação de Palocci,
porém descontou o valor pago a Delfim do montante total solicitado aos
partidos PMDB e PT, em partes iguais.”
Palocci foi ministro da Casa Civil do governo da presidente afastada Dilma
Rousseff e um dos principais responsáveis por sua campanha em 2010.
Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta participação
em propinas. Por meio de sua defesa, ele afirmou, em outra ocasião, que
“jamais solicitou de quem quer que seja dinheiro ilícito”.
Palocci foi ministro da Casa Civil do governo da presidente afastada
Dilma Rousseff e um dos principais responsáveis por sua campanha
em 2010. Outros delatores da Lava Jato haviam revelado sua suposta
participação em propinas.
Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro
no esquema da Petrobrás, Azevedo fechou acordo de delação premiada
com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros executivos do
grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo ele, 1% do
bilionário contrato das obras de Belo Monte envolveu propina acertada
com PMDB e PT.
“O pagamento do PT foi feito em doação oficial, ou seja, em doação eleitoral.
O pagamento do PMDB, não sabe informar que foi feito em doação eleitoral,
mas, possivelmente, também pode ter sido pago parte em dinheiro”, afirmou
o empreiteiro.
Doações. Azevedo afirmou que a campanha de 2014 do PT recebeu
R$ 4,5 milhões em doações da Andrade Gutierrez, que seria referente
a R$ 10 milhões do acerto de Belo Monte. “Os valores a título de propina,
no caso do PT, foram realizados, em parcelas, como doação eleitoral,
como já dito. Que, no caso do PT, as propinas foram pagas, no montante
de (R$) 10 milhões, da seguinte forma: em 2010, o valor de 2,5 milhões
de reais; em 2012, o valor de 1,6 milhão de reais; em 2014, no valor de
4,5 milhões de reais e, para Delfim Netto, o valor de 1,4 milhões de reais”,
registra o Termo de Colaboração 02, de Azevedo, sobre Belo Monte.
O leilão para construção e operação de Belo Monte foi realizado entre
2010 e 2011. Um dos consórcios era integrado pela Andrade Gutierrez.
Preso pela Lava Jato, em Curitiba, acusado de corrupção e lavagem de
dinheiro no esquema da Petrobrás, Azevedo fechou acordo de delação
premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR), com outros
executivos do grupo, e a empresa fez um acordo de leniência. Segundo
ele, 1% do bilionário contrato das obras de Belo Monte envolveu
propina acertada com PMDB e PT.
Doações. “O pagamento do PT foi feito em doação oficial, ou seja, em
doação eleitoral. O pagamento do PMDB, não sabe informar que foi feito
em doação eleitoral, mas, possivelmente, também pode ter sido pago
parte em dinheiro”, afirmou o empreiteiro.
Azevedo afirmou que a campanha de 2014 do PT recebeu R$ 4,5 milhões
em doações da Andrade Gutierrez, que seria referente a R$ 10 milhões do
acerto de Belo Monte. “Os valores a título de propina, no caso do PT, foram
realizados, em parcelas, como doação eleitoral, como já dito. Que, no caso
do PT, as propinas foram pagas, no montante de (R$) 10 milhões, da
seguinte forma: em 2010, o valor de 2,5 milhões de reais; em 2012,
o valor de 1,6 milhão de reais; em 2014, no valor de 4,5 milhões de reais
e, para Delfim Neto, o valor de 1,4 milhões de reais”, registra o Termo de
Colaboração 02, de Azevedo, sobre Belo Monte.
O delator apontou os nomes do ex-ministro de Minas e Energia Edison
Lobão (PMDB-MA) e do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto como
responsáveis pela indicação de como seriam feitos os repasses, relacionados
à contribuição partidária.
Ex-ministro. Os pagamentos a Delfim teriam relação com a formação do
consórcio vencedor do leilão de obras – negócio de R$ 13 bilhões – junto
com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
“O grupo concorrente era formado por empresas de pequeno porte, sem
experiência no setor e se necessário conhecimento do projeto Belo Monte,
e que, soube mais tarde, ter sido estrutura com a ajuda de Delfim Neto
e José Carlos Bumlai, de forma que era absolutamente previsível que
não conseguiriam prepara um estudo adequado para participar do leilão
e muito menos que tivessem qualquer capacidade técnica ou estrutura
econômica para executar o projeto com tamanha estrutura”, explicou
o presidente afastado da Andrade Gutierrez. “Assim acreditava que tal
consórcio ser mermo figurante, que não tinha condição de ‘ficar de pé’.”.
Delfim foi ministro da Fazenda (1967/1974) e criador do ‘milagre
econômico’ da ditadura militar. O nome do economista, também
ex-deputado federal, foi citado na delação premiada da empreiteira
Andrade Gutierrez pelo suposto recebimento de valores ainda não explicados
no empreendimento da Usina de Belo Monte.
Procurado ontem, a defesa do ex-ministro Delfim Netto informou
que só vai se manifestar depois que tiver acesso à denúncia contra
o ex-ministro.
Quando seu nome foi citado na Lava Jato, Delfim argumentou que havia
feito uma ‘assessoria’. “Antes do leilão (de Belo Monte) só existia um
concorrente. Ajudei a montar o segundo grupo para competir com
o primeiro. Prestei uma assessoria. O segundo grupo era formado
por empresas menores que não estavam no grupo anterior.
Era uma montagem (do segundo grupo) para que houvesse concorrência.
Depois ficou visível que isso não ia acontecer. A Eletrobrás tomou conta
do processo. Isso aconteceu entre 2011 e 2012. Então eu me retirei
normalmente. Terminou, não ia ter concorrência. Ia ter uma escolha direta.”
Em março, quando o Estadão revelou que seu nome havia sido citado na
delação da Andrade Gutierrez, Delfim afirmou: “Eu não recebi nada.
O que eu recebi foi por essa assessoria. Nunca recebi nada por conta
e Belo Monte. Foi uma vida muito efêmera. Eu nunca recebi absolutamente nada.”
Com as obras em andamento, no Rio Xingu, próximo do município de Altamira
(PA), Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo.
A conclusão das obras é prevista para janeiro de 2019.
Investimento total estimado em R$ 28,9 bilhões.
Bumlai, o ex-ministro Lobão e Vaccari não foram localizados.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/47479-2/
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