Rui Falcão fez depoimento à Polícia Federal no dia 8 de dezembro, em Brasília. (ESTADAO)
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Rui Falcão fez depoimento à Polícia Federal no dia 8 de dezembro, em Brasília. (ESTADAO)
Rui Falcão aponta algozes do PT: ‘mídia monopolizada e aparelho
do Estado capturado pela Direita’
POR BEATRIZ BULLA, GUSTAVO AGUIAR E FAUSTO MACEDO
21/12/2015, 14h05
Presidente do partido afirmou à Polícia Federal em depoimento do dia
8 que querem 'proscrever' a legenda e 'desestabilizar' presidente Dilma
Rui Falcão. Foto: André Dusek/Estadão
O presidente do PT Rui Falcão encontrou uma explicação para a série de acusações que
envolvem seu partido no esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Segundo ele, ”setores da mídia monopolizada e parte do aparelho do Estado capturado
pela Direita’ tentam ‘criminalizar’ o PT. Rui Falcão fez esta afirmação em depoimento
à Polícia Federal no dia 8 de dezembro, em Brasília. A PF o indagou se gostaria de
nomear os ‘setores da mídia monopolizada e parte do aparelho do Estado capturado
pela Direira’, mas o presidente do partido esquivou-se e ‘preferiu não menciona-los’.
Ao delegado da PF José Azevedo de Sousa, o presidente do PT anotou que ‘os objetivos
destes segmentos seriam proscrever o Partido e desestabilizar o Governo da Presidenta
Dilma’.
Rui Falcão depôs no inquérito instaurado pela PF para investigar o’ processo sistêmico
de distribuição de recursos ilícitos a agentes públicos, notadamente com a utilização
de agremiações partidárias, em especial o PT, o PMDB e o PP’. Segundo o inquérito,
esses partidos ‘indicaram e mantiveram, mediante apoio político, ocupantes do cargo
de diretor em diversas Direotiras da Petrobrás, nas quais se desdobriu um grande
esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, materializado a partir da solicitação
e pagamento de vantagens indevidas incidentes sobre o valor dos contratos
celebrados pelas respectivas Diretorias’.
Este inquérito da PF corre sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.
A investigação mira em políticos com foro privilegiado, deputados e senadores.
Neste inquérito também já depôs o ex-presidente Lula, não como investigado,
mas na condição de informante. Mesma situação de Rui Falcão.
Em um trecho de seu relato, divulgado pelo Estadão na sexta-feira, 18, o presidente
do PT disse que as empreiteiras OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Correa
e UTC são as maiores doadoras do partido porque a legenda ‘tem um bom projeto
para o País’. Todas as empresas são investigadas por envolvimento no esquema
de corrupção da Petrobrás.
Rui Falcão afirmou também que não recorda em que momento o PT procurou
as empresas investigadas para obter doações, e reiterou à Polícia Federal que as
contas das duas campanhas da presidente Dilma Rousseff foram aprovadas pela
Justiça Eleitoral. Quando afirmou que a razão para tantos réus delatores da Operação
Lava Jato apontarem seu partido como como beneficiário da corrupção, ele falou
na ‘tentativa de criminalização do partido’.
A PF indagou Falcão a que ele atribui ou justifica a condenação de João Vaccari
Neto, quadro histórico e ex-tesoureiro do PT preso desde março na Lava Jato e
condenado sob suspeita de arrecadar propinas para o caixa da agremiação.
“O depoente afirma que tal condenação não é definitiva, decorre exclusivamente
de delações e não está amparada em qualquer prova material’.
Rui Falcão disse que ‘não tinha conhecimento do esquema de corrupção instituído
na Petrobrás’. “Que João Vaccari Neto tinha autorização do partido para solicitar
e receber contribuições estritamente dentro dos marcos legais, que portanto se
solicitou ou recebeu vantagem indevida não o fez em nome do Partido.”
O presidente do partido informou que o PT ‘paga a defesa judicial de Vaccari’.
“O PT arca com os custos desta defesa pelo fato de que João Vaccari continua
a ser filiado ao Partido.”
A PF o questionou se ‘todos os membros do PT têm direito à defesa paga pela sigla’.
Ele disse: ‘Não. Tem direito ao custeio de suas defesas os ex-dirigentes no exercício
de suas atividades partidárias e em decorrência de funções delegadas pelo partido;
que acredita que tais previsões não constem do Estatuto do Partido; que o custeio
destas despesas são decisões do Diretório Nacional.”
Rui Falcão disse, ainda, que Vaccari não foi expulso da legenda ‘porque não houve
transgressão estatutária, visto que a juízo do Partido não há prova de que João
Vaccari tenha praticado os crimes a ele atribuídos’.
Ele disse que, em sua opinião, ‘João Vaccari Neto é inocente.’
A PF o questionou sobre empréstimos do partido junto ao Banco Schahin – segundo
o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, a instituição financeira
emprestou recursos ao PT por meio de ‘laranjas’ para fazer caixa 2.
“Que desconhece a realização de empréstimos feitos pelo PT junto ao Banco Schahin”,
afirmou Rui Falcão.
do Estado capturado pela Direita’
POR BEATRIZ BULLA, GUSTAVO AGUIAR E FAUSTO MACEDO
21/12/2015, 14h05
Presidente do partido afirmou à Polícia Federal em depoimento do dia
8 que querem 'proscrever' a legenda e 'desestabilizar' presidente Dilma
Rui Falcão. Foto: André Dusek/Estadão
O presidente do PT Rui Falcão encontrou uma explicação para a série de acusações que
envolvem seu partido no esquema de propinas instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014.
Segundo ele, ”setores da mídia monopolizada e parte do aparelho do Estado capturado
pela Direita’ tentam ‘criminalizar’ o PT. Rui Falcão fez esta afirmação em depoimento
à Polícia Federal no dia 8 de dezembro, em Brasília. A PF o indagou se gostaria de
nomear os ‘setores da mídia monopolizada e parte do aparelho do Estado capturado
pela Direira’, mas o presidente do partido esquivou-se e ‘preferiu não menciona-los’.
Ao delegado da PF José Azevedo de Sousa, o presidente do PT anotou que ‘os objetivos
destes segmentos seriam proscrever o Partido e desestabilizar o Governo da Presidenta
Dilma’.
[size=32]Documento[/size]
- DEPOIMENTO DE RUI FALCÃO PDF
Rui Falcão depôs no inquérito instaurado pela PF para investigar o’ processo sistêmico
de distribuição de recursos ilícitos a agentes públicos, notadamente com a utilização
de agremiações partidárias, em especial o PT, o PMDB e o PP’. Segundo o inquérito,
esses partidos ‘indicaram e mantiveram, mediante apoio político, ocupantes do cargo
de diretor em diversas Direotiras da Petrobrás, nas quais se desdobriu um grande
esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, materializado a partir da solicitação
e pagamento de vantagens indevidas incidentes sobre o valor dos contratos
celebrados pelas respectivas Diretorias’.
Este inquérito da PF corre sob a guarda do Supremo Tribunal Federal.
A investigação mira em políticos com foro privilegiado, deputados e senadores.
Neste inquérito também já depôs o ex-presidente Lula, não como investigado,
mas na condição de informante. Mesma situação de Rui Falcão.
Em um trecho de seu relato, divulgado pelo Estadão na sexta-feira, 18, o presidente
do PT disse que as empreiteiras OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Correa
e UTC são as maiores doadoras do partido porque a legenda ‘tem um bom projeto
para o País’. Todas as empresas são investigadas por envolvimento no esquema
de corrupção da Petrobrás.
Rui Falcão afirmou também que não recorda em que momento o PT procurou
as empresas investigadas para obter doações, e reiterou à Polícia Federal que as
contas das duas campanhas da presidente Dilma Rousseff foram aprovadas pela
Justiça Eleitoral. Quando afirmou que a razão para tantos réus delatores da Operação
Lava Jato apontarem seu partido como como beneficiário da corrupção, ele falou
na ‘tentativa de criminalização do partido’.
A PF indagou Falcão a que ele atribui ou justifica a condenação de João Vaccari
Neto, quadro histórico e ex-tesoureiro do PT preso desde março na Lava Jato e
condenado sob suspeita de arrecadar propinas para o caixa da agremiação.
“O depoente afirma que tal condenação não é definitiva, decorre exclusivamente
de delações e não está amparada em qualquer prova material’.
Rui Falcão disse que ‘não tinha conhecimento do esquema de corrupção instituído
na Petrobrás’. “Que João Vaccari Neto tinha autorização do partido para solicitar
e receber contribuições estritamente dentro dos marcos legais, que portanto se
solicitou ou recebeu vantagem indevida não o fez em nome do Partido.”
O presidente do partido informou que o PT ‘paga a defesa judicial de Vaccari’.
“O PT arca com os custos desta defesa pelo fato de que João Vaccari continua
a ser filiado ao Partido.”
A PF o questionou se ‘todos os membros do PT têm direito à defesa paga pela sigla’.
Ele disse: ‘Não. Tem direito ao custeio de suas defesas os ex-dirigentes no exercício
de suas atividades partidárias e em decorrência de funções delegadas pelo partido;
que acredita que tais previsões não constem do Estatuto do Partido; que o custeio
destas despesas são decisões do Diretório Nacional.”
Rui Falcão disse, ainda, que Vaccari não foi expulso da legenda ‘porque não houve
transgressão estatutária, visto que a juízo do Partido não há prova de que João
Vaccari tenha praticado os crimes a ele atribuídos’.
Ele disse que, em sua opinião, ‘João Vaccari Neto é inocente.’
A PF o questionou sobre empréstimos do partido junto ao Banco Schahin – segundo
o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, a instituição financeira
emprestou recursos ao PT por meio de ‘laranjas’ para fazer caixa 2.
“Que desconhece a realização de empréstimos feitos pelo PT junto ao Banco Schahin”,
afirmou Rui Falcão.
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