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Gerardo Xavier Santiago fala da PREVI

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Mensagem  forum vitimas Bancoop Seg Set 03 2012, 11:02

Entrevista - Gerardo Xavier Santiago
Revista Veja - 09/08/2010


Para desmoralizar os adversários




Gerardo Xavier Santiago é um arquivo vivo da atuação de um grupo de sindicalistas do PT no comando da Previ, o maior fundo de pensão do país.

Por sete anos, Gerardo foi assessor direto de Sérgio Rosa, o petista que presidiu a Previ até maio deste ano.

No cargo, Rosa transformou o órgão em um bunker de espionagem e fabricação de dossiês contra adversários de seu grupo político e do governo Lula.

Gerardo era encarregado direto da produção dos dossiês, principalmente na época da CPI dos Correios, que desvendou o mensalão e quase levou o governo a nocaute.

Em várias horas de conversa com VEJA nos últimos meses, ele revelou os detalhes do método petista de enfrentar opositores - que continua funcionando a pleno vapor e produzindo sucessivos escândalos.



O senhor já recebeu ordens para fazer dossiê contra alguém?
A primeira vez foi no governo FH. Em junho de 2002, o governo federal fez uma intervenção para destituir todos os diretores da Previ. Como essa intervenção nos prejudicaria, foi formado um grupo de petistas para levantar informações que comprometessem a gestão tucana e provassem a ingerência do governo na Previ.

Qual foi o destino do dossiê?
Foi entregue à imprensa, inclusive vocês, da VEJA, publicaram uma reportagem com base nessas informações. Era um interesse de todos os funcionários da Previ, em nome da preservação da instituição. Agora, dossiês com conteúdo ofensivo, para atingir e desmoralizar adversários políticos, só no governo Lula mesmo, na gestão do Sérgio Rosa.

Como assim
Quando o PT chegou à Presidência da República, os dirigentes botaram a Previ para defender o governo, o partido, o sindicato, a CUT. Hoje, a Previ é um braço partidário, é um bunker de um grupo do PT, uma fábrica de dossiês. A Previ está a serviço de um determinado grupo muito poderoso, comandado por Ricardo Berzoini, Sérgio Rosa, Luiz Gushiken e João Vaccari Neto. Esse dossiê envolvendo a filha do ministro Mantega faz parte da cultura política stalinista que parece se consolidar no PT, ou pelo menos nessa ala aloprada ligada ao sindicalismo bancário paulista.

O senhor foi escalado para produzir dossiês contra adversários do governo Lula?
Em dezembro de 2005, quando a CPI dos Correios estava encurralando o PT, o Sérgio Rosa me chamou à sala dele e disse que gostaria que eu reunisse informações sobre investimentos problemáticos da Previ que estivessem ligados a políticos da oposição. Não citou nomes, mas não precisava. Como eu acompanhava de perto a CPI, sabia quem eram os nossos algozes e quem eram os nossos protetores.

Como foi esse trabalho?
Eu sabia que o Conselho Fiscal da Previ havia separado uma série de investimentos de risco, que exigiam atenção especial. Quando Sérgio Rosa me deu a orientação, resolvi pesquisar nesse arquivo, que era uma bela matéria-prima. Sérgio me autorizou a ter acesso a documentos sigilosos. Aí consegui juntar denúncias contra o senador ACM, contra o governador José Serra e contra o então presidente do PFL, o senador Jorge Bornhausen. Depois de trinta dias de trabalho, fiz o texto, juntei documentos, encadernei e entreguei ao Sérgio Rosa, que o guardou para usar na hora certa.

Qual foi o uso que o Sérgio Rosa fez desse material?
Em uma sessão da CPI no fim de fevereiro de 2006, o deputado ACM Neto (DEM-BA) estava atacando o governo e perturbando a senadora Ideli Salvam (então líder do PT no Senado). Então, ela perguntou a um grupo que a assessorava: Ninguém aí tem nada que possa calar a boca desse moleque?. Aí eu falei: "Senadora, contra o rapaz, não. Mas eu tenho uma munição pesada contra o avô, não serve?". Ela começou a pular, a comemorar. Ligou para o Sérgio Rosa, e a coisa andou. O Sérgio enviou o dossiê para o gabinete dela. Duas semanas depois, estava tudo na capa da revista Carta Capital (a reportagem foi publicada na edição de 8 de março de 2006).

Quais outros alvos desse grupo de bancários? O senhor chegou a bisbilhotar mais alguém?
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) sempre foi um alvo forte por sua amizade com o Daniel Dantas, o principal adversário político do Sérgio Rosa. Eu recebi da direção da Previ planilhas de voos de jatinhos do consórcio Voa, que era comandado pelo Daniel Dantas. Os jatos eram usados para transportar políticos ligados ao Daniel. Minha missão era vincular o senador a um desses voos. Peguei a agenda do senador, informações sobre ele na internet, dados de seus familiares e cruzei com os voos. Mas acabei não conseguindo nada conclusivo.

Além da Previ, quais as outras ramificações desse grupo político?
O grupo do Sérgio Rosa e do Berzoini é muito forte em todos os bancos públicos e fundos de pensão. Na Previ, dos seis dirigentes, quatro são petistas e ex-dirigentes de sindicatos de bancários. No Banco do Brasil, a maioria dos diretores e vice-presidentes é da mesma linha política. A presidente da Caixa, Maria Fernanda, é da Articulação Sindical Bancária. Os presidentes do Funcef (fundo de pensão dos funcionários da Caixa) e da Petros (fundo de pensão dos funcionários da Petrobras) também foram indicados por Berzoini e Sérgio Rosa.

Nesses outros locais também é comum a prática de espionar adversários e produzir dossiês?
Não posso citar casos concretos, porque nunca participei. Mas com certeza os métodos são os mesmos,
já ouvi muitos relatos, já apareceram algumas acusações. Agora, com a proximidade das eleições presidenciais, vários casos estão vindo à tona. Mas prefiro me ater àquilo de que participei.



http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=657059





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