Promotor pede congelamento de contas da bancoop
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Promotor pede congelamento de contas da bancoop
POLÍCIA SEM CERIMONIAL
O promotor Blat que investiga a denúncia de desvio milionário da Bancoop queria o congelamento das contas da cooperativa.
Pedidos para investigar a Bancoop são negados pela Justiça
A Justiça negou o bloqueio das contas da Bancoop – a Cooperativa Habitacional dos Bancários de SP – e a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente da Cooperativa e atual tesoureiro do PT.
César Menezes São Paulo, SP
Nenhum dos pedidos do Ministério Público foi acatado. O promotor que investiga a denúncia de desvio milionário da Bancoop queria o congelamento das contas da cooperativa. Não levou.
Solicitou também a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente do Sindicato dos Bancários e atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Neste caso, o juiz pediu mais informações.
A investigação, que começou em 2007, apura o suposto desvio de mais de R$ 100 milhões. Segundo o promotor, o dinheiro saiu dos cofres da Bancoop para contas de diretores da cooperativa e para financiar campanhas do Partido dos Trabalhadores.
O depoimento do técnico em edificações Hélio Malheiro, que faz parte do inquérito, é considerado fundamental. Ele é irmão de Luís Eduardo Malheiro, ex-presidente da Bancoop morto em um acidente em 2004.
Hélio contou que o irmão, como presidente da Bancoop, muitas vezes se via obrigado a entregar grandes somas de dinheiro para campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores, desviando recursos das construções dos apartamentos e que isso tinha gerado prejuízos financeiros para a Bancoop.
Hélio Malheiro afirma também que João Vaccari Neto, não só sabia do esquema criminoso como fazia parte.
Depois de três anos de investigação, o Ministério Público deve apresentar a denúncia daqui a dois meses. Tanto o promotor responsável pelo caso, quanto o advogado de João Vaccari Neto disseram que estão tranquilos em relação ao futuro deste inquérito.
Para o Ministério Público, a decisão desta quinta-feira (11) não prejudica o inquérito. O promotor afirma já ter provas suficientes para denunciar os diretores da Bancoop.
“Vamos dar oportunidade para que os diretores se manifestem na fase policial e na sequência nós formularemos a denúncia na Justiça”, explica o promotor, José Carlos Blat.
O advogado de João Vaccari Neto diz que não existem argumentos para a quebra do sigilos, mas que não teme a medida se o pedido do promotor for acatado no futuro.
“Se isto ocorrer nada vai revelar de anormal pela conduta que teve o Vacari durante todo o período que esteve a frente da cooperativa no sentido de atender o interesse dos cooperados”, afirma Luiz Flávio D´Urso, advogado do Vaccari.
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Promotor estuda oferecer delação premiada a ex-diretores da cooperativa
SUSPEITA – Blat está convencido de que parte do dinheiro foi para campanhas do PT e outra fatia teria caído na conta de dirigentes da Bancoop
O Ministério Público estuda oferecer os benefícios da delação premiada a ex-diretores da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) para fechar o inquérito sobre suposto esquema de fraudes e desvio de verbas. A estratégia da promotoria criminal é quebrar a resistência de alvos da investigação que já foram chamados a depor, mas insistiram na versão de que não houve irregularidades na gestão da cooperativa.
Fundada em 1996 por um grupo do PT, a Bancoop sofre uma devassa da 1ª Promotoria Criminal da capital. Segundo o promotor José Carlos Blat, que conduz o inquérito, o rombo pode ultrapassar R$ 100 milhões. Ele está convencido de que parte desse dinheiro foi destinada a campanhas eleitorais do PT. Outra fatia teria caído na conta de dirigentes da cooperativa.
Blat requereu a quebra do sigilo bancário do ex-presidente da Bancoop João Vaccari Neto. O rastreamento alcança dois momentos: o primeiro relativo ao período em que o tesoureiro do PT ocupou o cargo de diretor administrativo financeiro da cooperativa, entre 2003 e 2004, e o segundo ao tempo em que ele exerceu a presidência, de novembro de 2004 até fevereiro de 2010.
O promotor quer acesso a dados de dois ex-diretores, Ana Maria Érnica e Tomás Edson Botelho Fraga. Ele avalia que poderá reforçar o inquérito com depoimentos de ex-integrantes da entidade. Por isso estuda convencer investigados a prestar colaboração.
Os benefícios da delação podem ser concedidos a suspeitos que contam o que sabem, apontando superiores hierárquicos de organizações criminosas. O Ministério Público sustenta que a cúpula da Bancoop, nas administrações Vaccari e de seu antecessor, Luiz Eduardo Malheiro – morto em acidente de carro em 2004 -, formou quadrilha para prática de estelionato, apropriação indébita de recursos de cooperados e lavagem de capitais.
Rastreamento de contas da Bancoop mostra repasses para empresas contratadas. O detalhe que pode comprometer essas transações é que antigos dirigentes da cooperativa pertenciam aos quadros de fornecedores. A Germany Construtora e Incorporadora é citada. “A confusão negocial com a Bancoop causa espanto e demonstra o total descaso com os cooperados, enquanto responsáveis pela cooperativa sangraram os cofres em benefício próprio e também para fomentar campanhas políticas”, afirma Blat.
O promotor identificou conta poupança da Germany com depósitos que somaram R$ 10 milhões em transferências da Bancoop. “Esse dinheiro sumiu”, diz Blat.
INTERVENÇÃO
Dezoito entidades de cooperados vão à Promotoria do Patrimônio Público e Social com pedido de intervenção na Bancoop. Segundo o advogado Walter Picazio Júnior, “o argumento central do pedido é o inquérito que aponta para ocorrência de crimes.”
Ontem, o criminalista Luiz Flávio Borges D”Urso, que representa Vaccari, pediu à Justiça que não decrete o bloqueio de contas da cooperativa. Alegou que se o congelamento de ativos for determinado judicialmente a Bancoop não terá como cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta que firmou com o Ministério Público.
D”Urso considera que eventual quebra de sigilo de Vaccari deve ficar restrita ao período de 2003 a 2004. Ele classifica de “abusiva” a expansão da pesquisa. “Vaccari não tem nada a esconder, não deve absolutamente nada”, reage o advogado. “Foi ele quem pôs ordem na casa, saneou financeiramente a Bancoop. Suas contas estão abertas, não há telhado de vidro, mas a busca deve ser justificada e relativa a um período determinado.”
D”Urso disse não temer delação. “Nenhum receio porque a gestão Vaccari foi primorosa e transparente. Desde 2007 o promotor tenta descobrir pontualmente algo e até hoje não encontrou porque não existe nada.”
Fonte: Google Notícias e Estadão
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