PF indicia 6 da Mossack Fonseca fraude organização criminosa - TRIPLEX OAS BANCOOP
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PF indicia 6 da Mossack Fonseca fraude organização criminosa - TRIPLEX OAS BANCOOP
PF indicia seis da Mossack Fonseca por fraude e organização criminosa
Além de funcionários da filial brasileira da firma panamenha, Lava Jato enquadrou publicitária que
tem apartamento no mesmo prédio no Guarujá onde Lula seria proprietário de um tríplex, o que
é negado pela defesa
Mateus Coutinho
18 Agosto 2016 | 05h00
A Polícia Federal indiciou seis funcionários que atuavam para a filial brasileira
da firma panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir offshores, pelos
crimes de ocultação de bens, organização criminosa e fraude, além da publicitária
Nelci Warken, indiciada também por fraude e também por ocultação de bens.
É a primeira vez que a PF enquadra formalmente alvos da Operação Lava Jato
ligados à polêmica empresa que ficou conhecida mundialmente após a investigação
jornalística internacional Panamá Papers revelar todos os clientes que utilizavam
offshores da Mossack.
Para o delegado da PF Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, responsável pela investigação
sobre a empresa panamenha, “as provas indicam que o ‘núcleo Mossack Fonseca’
representava uma organização criminosa de caráter transnacional, estruturalmente
ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, voltada a prática do crime
de lavagem de dinheiro”.
Com o indiciamento, a Polícia Federal concluiu a Triplo X – 22.ª fase da Lava Jato
que teve como alvo a firma panamenha e o apartamento da publicitária Nelci Warken,
no Condomínio Solaris, no Guarujá, litoral paulista, onde a família do ex-presidente
Lula chegou a adquirir uma cota do empreendimento, mas depois desistiu, segundo
a defesa do petista.
Foi com as investigações da Triplo X que, pela primeira vez, a Lava Jato se aproximou
do ex-presidente ao descobrir que o tríplex 163- B do Condomínio Solaris pertencia
a uma offshore, a Murray Holdings, criada pela Mossack para Nelci Warcken – agora
indiciada, ela admitiu à PF ser a verdadeira proprietária do 163-B.
Para os investigadores, há indícios suficientes de que ‘todos os que trabalhavam na
empresa tinham plena ciência de que atuavam em um mercado voltado a demanda
do trânsito de valores e bens de origem suspeita e duvidosa’.
O apartamento de Nelci é vizinho do apartamento 163-A, que os investigadores
suspeitam pertencer ao ex-presidente Lula e sua família. O prédio começou a ser
construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), mas depois
passou para a empreiteira OAS, cujo presidente, Léo Pinheiro, é amigo de Lula.
A defesa do petista informa que a família chegou a adquirir uma cota do condomínio,
mas depois acabou desistindo do imóvel.
No inquérito da Mossack nem o petista nem seus familiares são citados.
Posteriormente, contudo, a Lava Jato abriu uma investigação específica sobre
o apartamento e outros imóveis que receberam reformas de empreiteiras
investigadas na operação.
A reportagem não localizou Nelci Warken. O espaço está aberto para sua manifestação.
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/mossack/
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