É preciso investigar enriquecimento de Lula com vantagens pagas por empreiteiras, diz força-tarefa

É preciso investigar enriquecimento de Lula com vantagens pagas por empreiteiras, diz força-tarefa

Procuradores reagem a ataques sofridos pela condução coercitiva do ex-presidente da República
REDAÇÃO ÉPOCA

06/03/2016 - 11h03 - Atualizado 06/03/2016 11h03


A força-tarefa do Ministério Público responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba reagiu aos ataques sofridos pela iniciativa de obrigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor, na Operação Aletheia, com um mandado de condução coercitiva. Em nota pública divulgada na noite de sábado, os procuradores da república destacam que é preciso investigar o enriquecimento do ex-presidente, às custas de vantagens e despesas pagas por empreiteiras beneficiadas pelo petrolão – o esquema de corrupção na Petrobras.

“É preciso, isto sim, que sejam investigados os fatos indicativos de enriquecimento do senhor Luiz Inácio Lula da Silva, por despesas pessoais e vantagens patrimoniais de grande vulto pagas pelas mesmas empreiteiras que foram beneficiadas com o esquema de formação de cartel e corrupção na Petrobras, durante os governos presididos por ele e por seu partido, conforme provas exaustivamente indicadas na representação do Ministério Público Federal”, diz o comunicado.

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Como a condução coercitiva de Lula foi a única criticada até agora na Operação Lava Jato, entre os 117 mandados do tipo expedidos pelo juiz federal Sérgio Moro, os procuradores destacam que as críticas são uma “cortina de fumaça sobre os fatos investigados” e que só houve reclamações porque a coerção atingiu um ex-presidente da República. E, apesar do respeito que Lula merece, ele não goza de situação diferente a nenhum outro cidadão brasileiro, destacam os investigadores. “Assim, apesar de todo respeito que o senhor Luiz Inácio Lula da Silva merece, esse respeito é-lhe devido na exata medida do respeito que se deve a qualquer outro cidadão brasileiro, pois hoje não é ele titular de nenhuma prerrogativa que o torne imune a ser investigado na operação Lava Jato”, diz a nota.

Lula discursa no Sindicato dos Bancários de São Paulo nesta sexta-feira (4) à noite (Foto: Rogério Cassimiro / ÉPOCA)
Lula discursa no Sindicato dos Bancários de São Paulo nesta sexta-feira (4) à noite (Foto: Rogério Cassimiro / ÉPOCA)
O Ministério Público lembra ainda que houve confrontos quando Lula foi intimado pelos promotores de São Paulo na investigação do tríplex que o ex-presidente ganhou da construtora OAS. Os procuradores também ressaltaram que Lula se recusou a comparecer a um depoimento aos promotores depois de tentar diversas medidas protelatórias na Justiça.

Havia também uma preocupação de realizar depoimentos simultaneamente para evitar que os investigados combinassem versões.

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“Assim, para a segurança pública, para a segurança das próprias equipes de agentes públicos e, especialmente, para a segurança do próprio senhor Luiz Inácio Lula da Silva, além da necessidade de serem realizadas as oitivas simultaneamente, a fim de evitar a coordenação de versões, é que foi determinada sua condução coercitiva”, dizem os procuradores.

Ao fim, os investigadores destacam que a 24ª fase da Operação Lava Jato foi um sucesso “não só pela quantidade de documentos apreendidos, mas também por, em menos de cinco horas, realizar com a segurança possível todos os seus objetivos”.