Forum Clientes Bancoop nao era Cooperativa
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

‘Há evidências’ de que Lula recebeu dinheiro desviado da Petrobrás, diz Procuradoria -ESTADÃO

Ir para baixo

‘Há evidências’ de que Lula recebeu dinheiro desviado da Petrobrás, diz Procuradoria -ESTADÃO  Empty ‘Há evidências’ de que Lula recebeu dinheiro desviado da Petrobrás, diz Procuradoria -ESTADÃO

Mensagem  forum vitimas Bancoop Sex Mar 04 2016, 09:22

‘Há evidências’ de que Lula recebeu dinheiro desviado da Petrobrás, diz
Procuradoria




POR RICARDO BRANDT, FAUSTO MACEDO, JULIA AFFONSO, MATEUS COUTINHO, ANDREZA MATAIS E FABIO FABRINI

04/03/2016, 08h22




Investigadores apontam pelo menos R$ 4,5 milhões usados na compra
 e reforma do sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá, e coloca 
movimentação de dinheiro em Instituto Lula sob suspeita



‘Há evidências’ de que Lula recebeu dinheiro desviado da Petrobrás, diz Procuradoria -ESTADÃO  Lulapfafp-524x350
O ex-presidente Lula. Foto: AFP



A força-tarefa da Operação Lava Jato, que levou o ex-presidente Luiz Inácio
 Lula da Silva, alvo central da Operação Aletheia, 24ª fase, para depor 
coercitivamente na manhã desta sexta-feira, 4, diz ter “evidências” de que
 ele recebeu valores desviados da Petrobrás.


“Há evidências de que o ex­-presidente Lula recebeu valores oriundos do
 esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento
 triplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois
 imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são 
apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas
 na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras”, informa 
a força-tarefa da Lava Jato.”

São pelo menos R$ 4,5 milhões em lavagem por meio do Sítio Santa Bárbara
 em Atibaia e por meio do tríplex 164-A.


Leia a íntegra da nota do MPF:


“Estão sendo cumpridos, nesta data, mandados de busca e apreensão e 
de condução coercitiva para aprofundar a investigação de possíveis crimes 
de corrupção e lavagem de dinheiro oriundo de desvios da Petrobras, praticados
 por meio de pagamentos dissimulados feitos por José Carlos Bumlai e pelas
 construtoras OAS e Odebrecht ao ex­Presidente da República Luis Inácio 
Lula da Silva e pessoas associadas.”


Ao longo das 23 fases anteriores da Lava Jato, avolumaram-­se evidências 
muito consistentes de que o esquema de desvio de dinheiro da Petrobras
 beneficiava empresas, que enriqueciam às custas dos cofres da estatal, 
funcionários da Petrobras, que vendiam favores, lavadores de dinheiro profissional, 
os quais providenciavam a entrega da propina, e os políticos e partidos que 
proviam sustentação aos funcionários da Petrobras e em troca recebiam 
a maior parte da propina, a qual os enriquecia e financiava campanhas. 


Esse grande esquema era coordenado a partir das cúpulas e lideranças dos 
partidos políticos que compunham a base do governo federal, especialmente
 o Partido dos Trabalhadores, o Partido Progressista e o Partido do
Movimento Democrático Brasileiro.


O ex­-presidente Lula, além de líder partidário, era o responsável final pela
 decisão de quem seriam os diretores da Petrobras e foi um dos principais
 beneficiários dos delitos. De fato, surgiram evidências de que os crimes 
o enriqueceram e financiaram campanhas eleitorais e o caixa de sua agremiação
 política.


 Mais recentemente, ainda, surgiram, na investigação, referências ao nome
 do ex-presidente Lula como pessoa cuja atuação foi relevante para o sucesso
 da atividade criminosa, tanto no tocante à quitação do empréstimo obtido 
pelo Partido dos Trabalhadores junto ao Banco Schahin, por meio do
direcionamento ilícito de contrato da Petrobras ao grupo Schahin, a pedido
 de José Carlos Bumlai, como para que um negócio entre OSX e Sete Brasil 
se efetivasse.


No último caso, há notícia de pagamento de propina que seria destinada,
 segundo Bumlai teria informado, para parente do ex­-presidente.


O avanço das investigações revelou, também, evidências de que o ex-presidente 
recebeu, em 2014, pelo menos R$ 1 milhão sem aparente justificativa econômica 
lícita da OAS, por meio de reformas e móveis de luxo implantados no 
apartamento tipo triplex, número 164­-A, do Condomínio Solaris, em Guarujá.


Embora o ex­-presidente tenha alegado que o apartamento não é seu, por estar 
em nome da empreiteira, várias provas dizem o contrário,  como depoimentos
 de zelador, porteira, síndico, dois engenheiros da OAS, bem como dirigentes 
e empregado da empresa contratada para a reforma, os quais apontam 
o envolvimento de seu núcleo familiar em visitas e tratativas sobre 
a reforma do apartamento.


Há evidências de que a OAS pagou despesas elevadas para reformar 
o imóvel (mais de R$ 750 mil), arcou com móveis de luxo para cozinha 
e dormitórios (cerca de R$ 320 mil), bem como de que tudo isso aconteceu 
de modo não usual (foi o único apartamento que sofreu tal intervenção)
 e com o envolvimento do próprio presidente da OAS, Léo Pinheiro.


A suspeita é de que a reforma e os móveis constituem propinas decorrentes 
do favorecimento ilícito da OAS no esquema da Petrobrás, empresa essa 
cujos executivos já foram condenados por corrupção e lavagem na Lava Jato. 


Além disso, há fortes evidências de que outros líderes e integrantes do 
Partido dos Trabalhadores foram agraciados com propinas decorrentes 
de contratos da Petrobrás, inclusive por meio de reformas e após deixarem
 o cargo público, como no caso de José Dirceu, o que já ensejou acusação
 criminal formal contra este.


As apurações apontam também para o fato de que o ex­-presidente Lula,
 em 2010, adquiriu dois sítios em Atibaia mediante interpostas pessoas, 
pelo valor de R$ 1.539.200,00, havendo ainda fortes indícios de que, entre 
2010 e 2014, recebeu pelo menos R$ 770 mil sem justificativa econômica
 lícita de José Carlos Bumlai e das empresas Odebrecht e OAS, todos
 beneficiados pela corrupção no esquema Petrobrás.


De fato, dois sítios contíguos, um colocado em nome de Jonas Suassuna 
e outro em nome de Fernando Bittar, foram adquiridos na mesma data,
 em 29/10/2010. Tanto Jonas como Fernando são sócios de Fábio Luís 
Lula da Silva como foram representados na compra por Roberto Teixeira, 
notoriamente vinculado ao ex­-presidente Lula e responsável por minutar
 as escrituras e recolher as assinaturas.


Encontrou­-se, ainda, mensagem eletrônica que aponta o uso dos
 adquirentes nominais como interpostas pessoas.


Ademais, o ex­-presidente determinou que parte de sua própria mudança,
 quando do fim do exercício da presidência, fosse entregue na sede dos 
sítios, para onde foi, com expressiva frequência, ao longo dos últimos anos.


Para além da suspeita sobre a ocultação de propriedade em nome de terceiros, 
há fortes indícios, consistentes na palavra de diversas testemunhas e notas
 fiscais de compras de produtos, de que reformas e móveis no valor de pelo 
menos R$ 770 mil foram pagos, sem razão econômica lícita, por Bumlai
 e pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, todos favorecidos no esquema
 Petrobras.




Bumlai e a Odebrecht se encarregaram da reforma. A OAS adquiriu móveis 
no valor de aproximadamente R$ 170 mil para a cozinha, comprada no mesmo
 estabelecimento em que aquela empresa adquiriu móveis para o triplex 164­A,
 o que também indica que o imóvel pertencia ao ex­Presidente. 


Foram encontradas mensagens, ainda, no celular de Léo Pinhero, indicando 
que os beneficiários da cozinha eram o ex­Presidente e sua esposa, 
ex­-primeira-dama. A suspeita, aqui novamente, é que os valores com
 que o ex­-presidente foi agraciado constituem propinas pagas a título 
de contraprestação pelos favores ilícitos obtidos no esquema Petrobrás.


Surgiram, ainda, fortes indícios de pagamentos dissimulados de
 aproximadamente R$ 1,3 milhão pela empresa OAS em favor do ex­-presidente,
de 01/01/2011 a 01/2016, para a armazenagem de itens retirados do Palácio
 do Planalto quando do fim do mandato. Apesar de a negociação do 
armazenamento ter sido feita por Paulo Okamotto, que foi um dos fundadores
 do Partido dos Trabalhadores, presidente do Instituto Lula desde o fim 
de 2011 e sócio do ex-presidente na LILS Palestras desde sua constituição 
em março de 2011, o contrato foi feito entre a OAS e a empresa armazenadora.


 Nesse contrato, seu real objeto foi escondido, falsificando­se o documento para
 dele constar que se tratava de “armazenagem de materiais de escritório e
 mobiliário corporativo de propriedade da construtora OAS Ltda.”


Paulo Okamotto assinou ainda, em 12 de janeiro de 2016, procuração autorizando
 a retirada dos bens.


Por fim, investigam ­se pagamentos vultosos feitos por construtoras beneficiadas
no esquema Petrobrás em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão 
de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores. De fato, a maior 
parte do dinheiro que ingressou em ambas as empresas, ao longo de 2011 a 2014, 
proveio de empresas do esquema Petrobras: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, 
Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.


No Instituto Lula, foram 20,7 dentre 35 milhões que ingressaram. Na LILS, foram 
10 dentre 21 milhões. Quanto às saídas de recursos, além de beneficiarem pessoas
 vinculadas ao Partido dos Trabalhadores – cumprindo recordar que o esquema da 
Petrobras era partidário ­, elas beneficiaram parentes próximos do ex­Presidente,
 por meio de pagamentos a empresas de que são sócios. Além de tudo isso, a
 própria presidência do Instituto foi ocupada, em dado momento, por ex­
tesoureiro 
de sua campanha que é apontado por colaboradores como recebedor de propinas
 que somaram aproximadamente R$ 3 milhões, decorrentes de contratos com 
a Petrobras, o que, mais uma vez, mostra o vínculo de pessoas muito próximas 
ao ex­-presidente com os crimes e indica possível ligação das próprias empresas 
ao esquema ilícito e partidário que vitimou a Petrobrás.


Todos esses fatos estão sendo investigados no âmbito da Lava Jato porque eles 
se relacionam com o destino de verbas desviadas da Petrobras por empresas 
e pessoas participantes do megaesquema criminoso. 


Os fatos são de competência 
federal não só por se relacionarem com crimes financeiros e de lavagem de dinheiro 
transnacional, mas também por haver fatos praticados quando o ex­-presidente 
estava no exercício de mandato no âmbito da União Federal, onde possivelmente
sua influência foi usada, antes e depois do mandato – o que é objeto de investigação
 –, para que o esquema existisse e se perpetuasse.


Ressalta a Força Tarefa do Ministério Público Federal que a investigação sobre 
o ex-Presidente não constitui juízo de valor sobre quem ele é ou sobre
 o significado histórico dessa personalidade, mas sim um juízo de investigação
 sobre fatos e atos determinados, que estão sob suspeita. 


Dentro de uma república, mesmo pessoas ilustres e poderosas devem estar sujeitas
 ao escrutínio judicial quando houver fundada suspeita de atividade criminosa, a qual
 se apoia, neste caso, em dezenas de depoimentos e ampla prova documental. 


Conforme colocou a decisão judicial, “embora o ex­Presidente mereça todo o respeito, 
em virtude da dignidade do cargo que ocupou (sem prejuízo do respeito devido 
a qualquer pessoa), isso não significa que está imune à investigação, já que presentes 
justificativas para tanto.”

forum vitimas Bancoop
Admin

Mensagens : 7072
Data de inscrição : 25/08/2008

https://bancoop.forumotion.com

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos