Dirceu: indicação de Duque partiu do Diretório do PT de SP - OGLOBO
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Dirceu: indicação de Duque partiu do Diretório do PT de SP - OGLOBO
[size=50]Dirceu: indicação de Duque partiu do Diretório do PT de SP[/size]
Dilma estava entre participantes da reunião que definiu diretores da Petrobras, diz delator
[size=14]POR CLEIDE CARVALHO, ENVIADA ESPECIAL
26/01/2016 13:14 / atualizado 26/01/2016 13:58
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - Andre Coelho/4-11-2014 / Agencia O Globo
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[size]CURITIBA — O ex-ministro José Dirceu decidiu se defender abertamente das acusações na Operação Lava-Jato. De acordo com sua defesa, o ex-ministro vai dizer ao juiz Sérgio Moro, em audiência marcada para a próxima sexta-feira, que a indicação de Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras partiu do diretório estadual do PT de São Paulo e não dele.
Quem teria articulado o nome de Duque seria então secretário geral do partido, Silvio Pereira. Em depoimento à Justiça na sexta-feira, o lobista Fernando Moura disse que o ex-ministro só foi chamado na reunião onde foram decididos os nomes que comandariam a Petrobras para um desempate entre Duque e Irani Varella, que já era diretor de Serviços da Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso.
— Toda a denúncia é fundada na informação de que Dirceu indicou Duque para o cargo e que isso permitiu que fosse feito o gerenciamento de propina. Mas o depoimento do Fernando Moura, que é um dos delatores, mostra que não foi ele quem indicou. Ele não conhecia nenhum dos indicados, todos lhe eram desconhecidos. Foi o diretório do PT de São Paulo que indicou — afirma o advogado Odel Antun, um dos defensores de Dirceu.
Segundo Antun, ao contrário de outros acusados na Lava-Jato, Dirceu vai se defender de todas as acusações que lhe são feitas, principalmente pelo delator Milton Pascowitch. O advogado afirmou que há contradições nos depoimentos de alguns delatores e vai ressaltar o depoimento de um deles, Fernando Moura, que, segundo ele, “mostra claramente que Dirceu não participou da indicação”. De acordo com Antun, o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo Oliveira e Silva, não tinha ideia de que o dinheiro repassado vinha de corrupção da Petrobras, pois Pascowitch era amigo de Dirceu e “muito rico”.
Na sexta-feira, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Moura afirmou que Sílvio Pereira e Delúbio Soares, então tesoureiro do PT, foram encarregados pelo então presidente Lula, que iniciaria seu primeiro mandato, a organizar os nomes indicados para 32 mil cargos de confiança na administração federal e em estatais. Segundo ele, cada cargo tinha mais de 10 indicações.
DILMA PARTICIPOU DE REUNIÃO QUE DEFINIU DIRETORES
Ao juiz, Moura disse que havia dois indicados à diretoria de Serviços da Petrobras. Duque, levado por Silvio Pereira por indicação do empresário Licínio de Oliveira Machado Filho, da Etesco, e Varella, indicado por Delúbio Soares por recomendação de Dimas Toledo, que foi diretor de Furnas durante o governo Fernando Henrique e seria ligado ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Nas escolhas dos nomes, segundo teria relatado Silvio Pereira a Moura, estavam presentes o próprio Pereira; Delúbio; José Eduardo Dutra, falecido em 2014, que acabou assumindo a presidência da Petrobras em 2003; Luiz Gushiken, ex-secretário de Comunicação, também já falecido; e a presidente Dilma Rousseff, que na época participou da equipe de transição de governo.
O lobista disse que o impasse só foi resolvido após Dirceu saber quem tinha indicado os nomes de Duque e Varella. Moura afirma que Delúbio não queria dizer que a indicação de Varella era dele e a atribuiu ao senador tucano Aécio Neves. Chamado a opinar entre os dois e "desempatar" a decisão, Dirceu teria decidido por Duque e argumentado que Aécio Neves já havia sido contemplado: “O Aécio já foi contemplado com a indicação do Dimas. Então, fica o Duque”, teria dito Dirceu segundo depoimento do lobista.
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[size]Perguntado se Dirceu está disposto a denunciar outros nomes do partido e quem no diretório do PT de São Paulo estaria aliado a Silvio Pereira, o advogado negou.
— Ele não vai denunciar ninguém. Vai se defender. O que pode acontecer é surgir um nome. O Milton Pascowitch mentiu. Ele usava o nome do Zé (José Dirceu). Quem estava com milhões e teve de devolver foi ele. Com o Zé não foi encontrado dinheiro nenhum. Se o Dirceu não tinha dinheiro, onde está o dinheiro que dizem que foi para ele? Ele prestou serviços de consultoria e recebeu. O resto foi ajuda dada pelo Milton, que nunca falou que era dinheiro de propina — disse o advogado.
O advogado afirmou que a defesa de Dirceu não tem nada de "bombástico" para apresentar à Justiça. Disse ainda que não há qualquer ideia de delação por parte do ex-ministro, que apenas vai dar a versão dele.[/size]
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