PF começa a fechar acordos de delação premiada
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PF começa a fechar acordos de delação premiada
[size=50]PF começa a fechar acordos de delação premiada[/size]
[size=14]POR O GLOBOA doleira Nelma Kodama, parceira de Alberto Youssef, foi a primeira a aceitar
16/11/2015 6:00 / atualizado 16/11/2015 7:35
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A doleira Nelma Mitsue Kodama fechou acordo - Reprodução
CURITIBA- A Polícia Federal vai começar a negociar e fechar diretamente acordos de delação
premiada na operação Lava-Jato. Até agora, as delações eram feitas apenas na esfera do Ministério
Público Federal. A doleira Nelma Kodama, que atuava em parceria com Alberto Youssef, foi
a primeira a fechar acordo com a PF. A alteração deverá servir para agilizar as investigações,
uma vez que o interesse pelos acordos é grande e muitos possíveis colaboradores podem ajudar
a elucidar pontos específicos de apurações, feitas pela polícia, ainda em andamento. Tanto na PF
como no MPF, a homologação é feita pela Justiça.
A colaboração com a PF segue os moldes das que são acertadas com os procuradores da República,
ou seja, pode resultar também em redução de penas, por exemplo. Nos depoimentos à Polícia
Federal, são abordadas provas específicas.
— Para nós, essas novas delações valem mais do que os depoimentos iniciais — afirma um dos
investigadores, referindo-se aos depoimentos tomados depois da homologação do acerto.
As mais de 30 delações firmadas até agora foram conduzidas apenas pela força-tarefa do MPF.
Com a abertura do leque, a PF dará a largada em uma série de negociações com outros envolvidos
no esquema de corrupção da Petrobras. Os depoimentos poderão ser acompanhados por
procuradores. A intenção é atrair delatores ligados a empresas que possam dar mais detalhes
sobre os mecanismos usados para pagamento de propina.
INVESTIGAÇÃO ENTRA EM NOVA FASE
A investigação das empreiteiras entrou também em nova fase. A PF iniciou a perícia da contabilidade
das empresas, mesmo daquelas cujos executivos já foram julgados em ações da Lava-Jato, como
a OAS e a Mendes Júnior. A perícia foi detalhada e passou a ser mais completa depois das
informações apresentadas pela Camargo Corrêa, que fechou acordo de leniência.
O objetivo é detalhar quem recebeu valores significativos das empreiteiras e identificar outros
repassadores de recursos que não são os operadores já identificados pelo ex-gerente da
Petrobras Pedro Barusco, que fechou acordo de delação.
Boa parte da propina a políticos foi repassada por empresas de consultoria, assessorias ou escritórios
de advocacia. A Camargo Corrêa identificou 13 fornecedores que ela própria usou para repassar
dinheiro, entre eles dois escritórios de advocacia. A Odebrecht foi a primeira das empreiteiras do
cartel a ter sua contabilidade dissecada depois do acordo de leniência feito pela Camargo.
Do pente-fino na contabilidade poderá ainda, segundo os investigadores, surgir mais nomes de
políticos beneficiados com repasses de recursos, inclusive, fora do âmbito da Petrobras.
A investigação também revela esquemas, por exemplo, na hidrelétrica de Belo Monte e na
Eletronuclear, ambas alvos de fraude envolvendo pessoas já investigadas no âmbito na Lava-Jato.
A devassa contábil deverá ajudar a PF em duas investigações mais complexas, do grupo Andrade
Gutierrez e da construtora Queiroz Galvão. A Queiroz segue apenas como investigada na
Lava-Jato mas, segundo relatório da PF, foi a segunda empreiteira mais beneficiada com contratos
da Petrobras entre as 27 empresas do cartel.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/pf-comeca-fechar-acordos-de-delacao-premiada-18058682#ixzz3reKGK0cp
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