Odebrecht presenteou Gabrielli e Graça com pinturas de ‘alto valor’, diz Lava Jato
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Odebrecht presenteou Gabrielli e Graça com pinturas de ‘alto valor’, diz Lava Jato
Odebrecht presenteou Gabrielli e Graça com pinturas de ‘alto valor’, diz Lava Jato
REDAÇÃO
27 Julho 2015 | 05:00
Procuradores da força-tarefa afirmam que documento encontrado na sede de empreiteira
revela ‘brindes especiais’ para ex-diretores da Petrobrás
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que a Odebrecht, supostamente envolvida com o esquema de corrupção
e propinas que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014, presenteou com quadros e pinturas ‘de alto valor’ ex-dirigentes
da estatal petrolífera, entre eles os ex-presidentes José Sérgio Gabrielli (2005/2012) e Graça Foster (2012/2015).
VEJA DENÚNCIA DO MPF ENVOLVENDO A ODEBRECHT
Na denúncia que apresentou à Justiça Federal sexta-feira, 24, contra o presidente da maior empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht
e executivos do grupo – formalmente acusados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa -, o Ministério Público Federal
destaca, às páginas 41 e 42, a apreensão de documento na sede da construtora, intitulado “Relação de Brindes Especiais-2010″.
O documento traz “listagem de diversos funcionários da Petrobrás, o cargo por eles ocupado e a diretoria a que são vinculados e o respectivo
‘brinde’ recebido”. Os procuradores que subscrevem a denúncia, em 205 páginas, atribuem à Odebrecht pagamento de R$ 389 milhões em
propinas para ex-diretores da Petrobrás que ocuparam cargos estratégicos na estatal, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento)
e Renato Duque (Serviços).
Os procuradores afirmam que Rogério Araújo, alto executivo da empreiteira – afastado do cargo depois que foi preso, em 19 de junho,
junto com o líder da companhia – exercia o papel de ‘remetente da totalidade dos presentes’.
“Pelas anotações, pode-se concluir que os ‘brindes’ são, de fato, pinturas de diversos artistas renomados, como Alfredo Volpi, Gildo Meirelles,
Romanelli e, até mesmo, Oscar Niemeyer”, destacam os procuradores.
“A listagem é formada tão somente por funcionários do alto escalão da Petrobrás. como seu presidente à época, José Sérgio Gabrielli de
Azevedo, os diretores Maria das Graças Foster (na época diretora de Óleo e Gás), Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque
(Serviços), Jorge Luiz Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional), além do então gerente executivo de Engenharia Pedro Barusco”,
assinala a Procuradoria da República.
A força-tarefa da Lava Jato destaca que anotações manuais, também apreendidas, “trazem o alto valor dos quadros encomendados,
demonstrando que não se tratavam de meros ’brindes’”.
Reforça a suspeita do vínculo de Rogério Araújo com ex-dirigentes da estatal petrolífera o “elevado número de vezes” em que ele
se encontrou com Renato Duque na sede da Petrobrás, no Rio – 256 visitas, entre 2004 e 2012.
Nesse período, ele também visitou 167 vezes o então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e 39 vezes o então gerente
de Engenharia, Pedro Barusco.
“As provas obtidas demonstram claramente a boa relação mantida por Rogério Araújo com funcionários da Petrobrás”, afirmam
os procuradores. “Nesse sentido, ressaltam-se e-mails trocados entre o empresário e Pedro Barusco, os quais demonstram serem
recorrentes os encontros entre eles, notadamente em ambiente externo à Petrobrás, como em jantares, cafés da manhã e viagens.”
Os procuradores observam que Rogério Araújo possuía uma relação ‘muito próxima a outro membro da organização criminosa, a saber,
o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró’.
A investigação revela que em 13 de outubro de 2011, o executivo da Odebrecht enviou a Cerveró um e-mail no qual solicita apoio para
a contratação de sua sobrinha Júlia, pela BR Distribuidora, subsidiária integral da Petrobrás. Cerveró ‘mostrou-se bastante solícito’.
Em outra oportunidade, ainda, Rogério Araújo enviou nova mensagem ao então diretor da Área Internacional, ‘a respeito da aquisição
de um camarote no Estádio Maracanã’.
O ex-presidente da Petrobrás José Gabrielli não respondeu. Em outra ocasião, ele negou envolvimento com irregularidades na Petrobrás.
Procurada no sábado e no domingo por telefone, a ex-presidente da estatal Graça Foster não retornou os contatos.
Tags: Graça Foster, José Sérgio Gabrielli, operação Lava Jato
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/odebrecht-presenteou-gabrielli-e-graca-com-pinturas-de-alto-valor-diz-lava-jato/
REDAÇÃO
27 Julho 2015 | 05:00
Procuradores da força-tarefa afirmam que documento encontrado na sede de empreiteira
revela ‘brindes especiais’ para ex-diretores da Petrobrás
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo
A força-tarefa da Operação Lava Jato afirma que a Odebrecht, supostamente envolvida com o esquema de corrupção
e propinas que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014, presenteou com quadros e pinturas ‘de alto valor’ ex-dirigentes
da estatal petrolífera, entre eles os ex-presidentes José Sérgio Gabrielli (2005/2012) e Graça Foster (2012/2015).
VEJA DENÚNCIA DO MPF ENVOLVENDO A ODEBRECHT
Na denúncia que apresentou à Justiça Federal sexta-feira, 24, contra o presidente da maior empreiteira do País, Marcelo Bahia Odebrecht
e executivos do grupo – formalmente acusados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa -, o Ministério Público Federal
destaca, às páginas 41 e 42, a apreensão de documento na sede da construtora, intitulado “Relação de Brindes Especiais-2010″.
O documento traz “listagem de diversos funcionários da Petrobrás, o cargo por eles ocupado e a diretoria a que são vinculados e o respectivo
‘brinde’ recebido”. Os procuradores que subscrevem a denúncia, em 205 páginas, atribuem à Odebrecht pagamento de R$ 389 milhões em
propinas para ex-diretores da Petrobrás que ocuparam cargos estratégicos na estatal, como Paulo Roberto Costa (Abastecimento)
e Renato Duque (Serviços).
Os procuradores afirmam que Rogério Araújo, alto executivo da empreiteira – afastado do cargo depois que foi preso, em 19 de junho,
junto com o líder da companhia – exercia o papel de ‘remetente da totalidade dos presentes’.
“Pelas anotações, pode-se concluir que os ‘brindes’ são, de fato, pinturas de diversos artistas renomados, como Alfredo Volpi, Gildo Meirelles,
Romanelli e, até mesmo, Oscar Niemeyer”, destacam os procuradores.
“A listagem é formada tão somente por funcionários do alto escalão da Petrobrás. como seu presidente à época, José Sérgio Gabrielli de
Azevedo, os diretores Maria das Graças Foster (na época diretora de Óleo e Gás), Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque
(Serviços), Jorge Luiz Zelada (Internacional) e Nestor Cerveró (Internacional), além do então gerente executivo de Engenharia Pedro Barusco”,
assinala a Procuradoria da República.
A força-tarefa da Lava Jato destaca que anotações manuais, também apreendidas, “trazem o alto valor dos quadros encomendados,
demonstrando que não se tratavam de meros ’brindes’”.
Reforça a suspeita do vínculo de Rogério Araújo com ex-dirigentes da estatal petrolífera o “elevado número de vezes” em que ele
se encontrou com Renato Duque na sede da Petrobrás, no Rio – 256 visitas, entre 2004 e 2012.
Nesse período, ele também visitou 167 vezes o então diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e 39 vezes o então gerente
de Engenharia, Pedro Barusco.
“As provas obtidas demonstram claramente a boa relação mantida por Rogério Araújo com funcionários da Petrobrás”, afirmam
os procuradores. “Nesse sentido, ressaltam-se e-mails trocados entre o empresário e Pedro Barusco, os quais demonstram serem
recorrentes os encontros entre eles, notadamente em ambiente externo à Petrobrás, como em jantares, cafés da manhã e viagens.”
Os procuradores observam que Rogério Araújo possuía uma relação ‘muito próxima a outro membro da organização criminosa, a saber,
o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró’.
A investigação revela que em 13 de outubro de 2011, o executivo da Odebrecht enviou a Cerveró um e-mail no qual solicita apoio para
a contratação de sua sobrinha Júlia, pela BR Distribuidora, subsidiária integral da Petrobrás. Cerveró ‘mostrou-se bastante solícito’.
Em outra oportunidade, ainda, Rogério Araújo enviou nova mensagem ao então diretor da Área Internacional, ‘a respeito da aquisição
de um camarote no Estádio Maracanã’.
O ex-presidente da Petrobrás José Gabrielli não respondeu. Em outra ocasião, ele negou envolvimento com irregularidades na Petrobrás.
Procurada no sábado e no domingo por telefone, a ex-presidente da estatal Graça Foster não retornou os contatos.
Tags: Graça Foster, José Sérgio Gabrielli, operação Lava Jato
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