DIRCEU: O "guerreiro" sucumbe e ameaça Lula, Dilma e o PT
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DIRCEU: O "guerreiro" sucumbe e ameaça Lula, Dilma e o PT
O "guerreiro" sucumbe e ameaça Lula, Dilma e o PT
À beira de voltar à prisão, Dirceu revela abatimento, diz que não suportaria uma nova temporada na cadeia
e avisa que pode estourar. Até agora, porém, seus recados não surtiram efeito
Nos últimos dias, o ex-ministro José Dirceu distribuiu uma série de recados.
A maior parte deles endereçada a dirigentes do PT, integrantes do governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.
No mais contundente dos desabafos feitos recentemente, disse que está no limite da sua paciência e prestes
a estourar. Ex-homem forte do governo Lula, Dirceu guarda consigo o segredos mais recônditos da era petista
no poder.
Foi ele quem pavimentou a caminhada do partido até o Planalto. Sabe como poucos os atalhos – republicanos ou não
– utilizados pelo PT para chegar lá.
Conhece como ninguém as práticas do mesmo PT no exercício da Presidência da República, incluindo o esquema do
Petrolão ao qual ele próprio está associado e que, por essa razão, vive sob a ameaça de regressar à prisão.
Atualmente ele cumpre regime domiciliar pela condenação do mensalão.
O advogado de José Dirceu alega que o petista já está preso,
profissionalmente inativo e de mãos absolutamente atadas
Dez quilos mais magro, Dirceu confidenciou a interlocutores que não suportaria um retorno à cadeia.
Quer ajuda para evitar um novo infortúnio.
Caso contrário, não responderá por si. Se ele vai cumprir o que insinua em seus recados, ninguém sabe.
Mas pessoas que estiveram com ele nas últimas semanas garantem que aquele “guerreiro” da esquerda,
de punhos cerrados erguidos, realmente sucumbiu ao medo.
A apreensão é ilustrada pelo tom clemente adotado no pedido de manutenção de sua liberdade apresentado
ao juiz da 13ª Vara Federal Sérgio Moro, na noite de terça-feira 14.
“Tamanha a angústia do peticionário, que, já com seus 70 anos e rotulado indelevelmente de inimigo público,
não aguenta mais a situação a qual é submetido diariamente”, escreveu Roberto Podval, advogado do ex-ministro.
Nas últimas duas semanas, a defesa do ex-ministro apelou preventivamente três vezes à Justiça do Paraná
contra a prisão do petista.
No dia 2 de julho, um pedido habeas corpus foi apresentado e rejeitado. Agora, numa nova estratégia, Podval
recorre à sensibilidade de Moro.
Desde que a empresa de consultoria de Dirceu, a JD Assessoria, surgiu nas investigações da Operação Lava Jato
como possível elo do esquema de lavagem de dinheiro, o ex-ministro passou a integrar o “núcleo petista” do Petrolão,
juntamente com o ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-deputado
André xxxxxxx.
Dois depoimentos prestados à Justiça na tarde de terça-feira 14 complicaram ainda mais a vida de Dirceu. Ex-consultor
da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo informou que entregou R$ 4 milhões em espécie para o ex-ministro
a pedido de Duque.
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, outro delator da Lava Jato, reforçou o envolvimento do petista.
Disse que o nome de Dirceu surgiu nas conversas sobre os repasses de propinas. “Se ele recebeu, eu não posso dizer.
Não era papel meu. Mas o nome dele (Dirceu) aparecia nas conversas”, afirmou Barusco.
A fragilidade emocional, a idade de Dirceu e o bom comportamento do ex-ministro durante os 354 dias em
que ficou preso após a condenação do processo do mensalão são alguns dos argumentos utilizados pelos advogados
para evitar que ele volte à cadeia por um segundo escândalo que atinge o governo e o PT.
Podval insiste que seu cliente não vai fugir e alega que Dirceu está sendo vigiado até pela imprensa, que faz plantão
diário na porta de sua casa.
“José Dirceu já está preso, profissionalmente inativo e de mãos absolutamente atadas”, apelou.
A Força Tarefa da Lava Jato, porém, não tem a imagem de um Dirceu assim tão inofensivo.
A hipótese de fuga é descartada, mas a influência política e empresarial do ex-ministro ainda tem forte alcance
e a Polícia Federal está atenta a manobras que possam prejudicar o avanço das investigações da Lava Jato.
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Conteúdo
http://www.istoe.com.br/reportagens/427910_O+GUERREIRO+SUCUMBE+E+AMEACA+LULA+DILMA+E+O+PT?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage
À beira de voltar à prisão, Dirceu revela abatimento, diz que não suportaria uma nova temporada na cadeia
e avisa que pode estourar. Até agora, porém, seus recados não surtiram efeito
Nos últimos dias, o ex-ministro José Dirceu distribuiu uma série de recados.
A maior parte deles endereçada a dirigentes do PT, integrantes do governo Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula.
No mais contundente dos desabafos feitos recentemente, disse que está no limite da sua paciência e prestes
a estourar. Ex-homem forte do governo Lula, Dirceu guarda consigo o segredos mais recônditos da era petista
no poder.
Foi ele quem pavimentou a caminhada do partido até o Planalto. Sabe como poucos os atalhos – republicanos ou não
– utilizados pelo PT para chegar lá.
Conhece como ninguém as práticas do mesmo PT no exercício da Presidência da República, incluindo o esquema do
Petrolão ao qual ele próprio está associado e que, por essa razão, vive sob a ameaça de regressar à prisão.
Atualmente ele cumpre regime domiciliar pela condenação do mensalão.
O advogado de José Dirceu alega que o petista já está preso,
profissionalmente inativo e de mãos absolutamente atadas
Dez quilos mais magro, Dirceu confidenciou a interlocutores que não suportaria um retorno à cadeia.
Quer ajuda para evitar um novo infortúnio.
Caso contrário, não responderá por si. Se ele vai cumprir o que insinua em seus recados, ninguém sabe.
Mas pessoas que estiveram com ele nas últimas semanas garantem que aquele “guerreiro” da esquerda,
de punhos cerrados erguidos, realmente sucumbiu ao medo.
A apreensão é ilustrada pelo tom clemente adotado no pedido de manutenção de sua liberdade apresentado
ao juiz da 13ª Vara Federal Sérgio Moro, na noite de terça-feira 14.
“Tamanha a angústia do peticionário, que, já com seus 70 anos e rotulado indelevelmente de inimigo público,
não aguenta mais a situação a qual é submetido diariamente”, escreveu Roberto Podval, advogado do ex-ministro.
Nas últimas duas semanas, a defesa do ex-ministro apelou preventivamente três vezes à Justiça do Paraná
contra a prisão do petista.
No dia 2 de julho, um pedido habeas corpus foi apresentado e rejeitado. Agora, numa nova estratégia, Podval
recorre à sensibilidade de Moro.
Desde que a empresa de consultoria de Dirceu, a JD Assessoria, surgiu nas investigações da Operação Lava Jato
como possível elo do esquema de lavagem de dinheiro, o ex-ministro passou a integrar o “núcleo petista” do Petrolão,
juntamente com o ex-tesoureiro da sigla João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-deputado
André xxxxxxx.
Dois depoimentos prestados à Justiça na tarde de terça-feira 14 complicaram ainda mais a vida de Dirceu. Ex-consultor
da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo informou que entregou R$ 4 milhões em espécie para o ex-ministro
a pedido de Duque.
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, outro delator da Lava Jato, reforçou o envolvimento do petista.
Disse que o nome de Dirceu surgiu nas conversas sobre os repasses de propinas. “Se ele recebeu, eu não posso dizer.
Não era papel meu. Mas o nome dele (Dirceu) aparecia nas conversas”, afirmou Barusco.
A fragilidade emocional, a idade de Dirceu e o bom comportamento do ex-ministro durante os 354 dias em
que ficou preso após a condenação do processo do mensalão são alguns dos argumentos utilizados pelos advogados
para evitar que ele volte à cadeia por um segundo escândalo que atinge o governo e o PT.
Podval insiste que seu cliente não vai fugir e alega que Dirceu está sendo vigiado até pela imprensa, que faz plantão
diário na porta de sua casa.
“José Dirceu já está preso, profissionalmente inativo e de mãos absolutamente atadas”, apelou.
A Força Tarefa da Lava Jato, porém, não tem a imagem de um Dirceu assim tão inofensivo.
A hipótese de fuga é descartada, mas a influência política e empresarial do ex-ministro ainda tem forte alcance
e a Polícia Federal está atenta a manobras que possam prejudicar o avanço das investigações da Lava Jato.
Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO Conteúdo
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