Conselho mantém promotor no comando de investigação sobre Lula -FOLHA SP
Página 1 de 1
Conselho mantém promotor no comando de investigação sobre Lula -FOLHA SP
[size=40]nselho mantém promotor no comando de investigação sobre Lula[/size]
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
23/02/2016 13h35 - Atualizado às 16h36
Mais opções
Por unanimidade, o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu manter nesta
terça-feira (23) a condução da investigação sobre possível ocultação de patrimônio por
parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso de um tríplex no Guarujá (SP)
com o promotor Cássio Conserino.
O conselho discutiu uma liminar (decisão provisória) do conselheiro Valter Shuenquener,
que, na semana passada, suspendeu os depoimentos do ex-presidente e de sua mulher,
Marisa Letícia, e paralisou as investigações até uma definição do plenário.
Os dois foram intimados a depor sobre a situação do tríplex no condomínio Solaris,
em Guarujá (SP), e suspeitas de irregularidades na transferência para a empreiteira
OAS de obras inacabadas da Bancoop.
O tríplex está em nome da OAS e Lula justifica que tinha uma cota da cooperativa Bancoop,
que pertencia ao Sindicato dos Bancários, mas que desistiu de comprar imóvel.
Esse seria o primeiro depoimento de Lula na condição de investigado.
O caso chegou ao CNMP depois de uma reclamação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP)
sobre irregularidades na condução do processo, argumentando que Conserino não teria
legitimidade para conduzir o inquérito porque não houve livre distribuição e que o caso
deveria na 1a. Promotoria de Justiça, sendo que Conserino atua na 2a. Promotoria.
Apesar da decisão do Conselho, agora, o impedimento de Conserino pode ser discutido
na Justiça.
Os conselheiros destacaram que se tratava uma decisão administrativa e que os advogados
de Lula poderiam levar o caso na esfera judicial.
Num longo voto, Shuenquener reformulou sua decisão liminar, mas defendeu que a distribuição
do processo sobre Lula foi irregular porque deveria ter observado o princípio do promotor natural,
portanto, deveria ter ocorrido livre distribuição, o que não ocorreu.
Relator da reclamação, o conselheiro, no entanto, propôs que o comando da investigação deveria
permanecer com Conserino porque o Ministério Público de São Paulo tem seguido esse tipo de
procedimento, uma vez que o conselho não deveria anular atos de inúmeras investigações
que tenham ocorrido nesse sistema.
Shuenquener sugeriu que o conselho oriente o Ministério Público de São Paulo a adotar a livre
distribuição para não fomentar os promotores de encomenda, o que desrespeita regras do
Ministério Público.
"O princípio do promotor natural impõe que todo o cidadão tem o direito de ser investigado
e acusado por um órgão independente do MP escolhido segundo prévios critérios abstratos
[...] e não casuisticamente", disse Shuenquener.
O relator também recomendou que a Corregedoria Nacional do órgão supervisione os
procedimentos abertos para apurar se Conserino cometeu infração funcional ao conceder
entrevistas afirmando que já há elementos para apresentar denúncia contra Lula
e sua mulher.
Na sessão, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Elias Rosa, defendeu
os atos da Promotoria e questionou a atribuição do CNMP para fiscalizar atividade fim.
"Interditar a possibilidade de membro do Ministério Público de editar atos frustra prerrogativas
funcionais da independência. [Para tratar de ] Imparcialidade e correção ética, a instância
não é essa.
Não é este o procedimento e não há razão para tanto", disse.
O deputado Paulo Teixeira disse que não tentou barrar nenhuma investigação, mas apenas
garantir que as regras do MP estivessem sendo observadas na condução do caso.
Do lado de fora da sede do Conselho, dez manifestantes com faixas contra a corrupção
gritavam pedindo que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prendesse Lula.
RETOMADA
Depois da decisão do conselho, Conserino evitou falar com a imprensa, mas disse que
a investigação será retomada a partir desta quarta, quando deve avaliar a situação do
depoimento de Lula e Marisa.
Advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins afirmou que vão estudar se recorrem
à Justiça contra a condução do inquérito por Conserino.
"Essa discussão ainda vai ocorrer. Hoje, o conselho decidiu que não enfrentaria essa
questão específica. Então essa discussão poderá vir a ocorrer, ou no Ministério Público
de SP ou no poder Judiciário. Vamos aguardar e ver o próximo passo", afirmou.
O procurador-geral de Justiça de SP, Márcio Rosa, afirmou que o CNMP confirmou
o acerto de todos os atos praticados neste caso no Estado de São Paulo.
"A decisão é boa no sentido de que reconhece novamente a possibilidade do MP investigar,
mantém inalterado seu poder investigatório e também a sua capacidade de regulamentar
o modo como ele faz. A regulamentação, a forma, o procedimento é estabelecido pelo
próprio Ministério Público", disse.
"Nesse sentido, a decisão foi boa na medida em que reafirma o nosso poder investigatório
e a correção das investigações todas que estão sendo feitas, não só neste caso, como em
todo o País", completou.
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
23/02/2016 13h35 - Atualizado às 16h36
Mais opções
PUBLICIDADE
Por unanimidade, o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) decidiu manter nesta
terça-feira (23) a condução da investigação sobre possível ocultação de patrimônio por
parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso de um tríplex no Guarujá (SP)
com o promotor Cássio Conserino.
O conselho discutiu uma liminar (decisão provisória) do conselheiro Valter Shuenquener,
que, na semana passada, suspendeu os depoimentos do ex-presidente e de sua mulher,
Marisa Letícia, e paralisou as investigações até uma definição do plenário.
Os dois foram intimados a depor sobre a situação do tríplex no condomínio Solaris,
em Guarujá (SP), e suspeitas de irregularidades na transferência para a empreiteira
OAS de obras inacabadas da Bancoop.
O tríplex está em nome da OAS e Lula justifica que tinha uma cota da cooperativa Bancoop,
que pertencia ao Sindicato dos Bancários, mas que desistiu de comprar imóvel.
Esse seria o primeiro depoimento de Lula na condição de investigado.
O caso chegou ao CNMP depois de uma reclamação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP)
sobre irregularidades na condução do processo, argumentando que Conserino não teria
legitimidade para conduzir o inquérito porque não houve livre distribuição e que o caso
deveria na 1a. Promotoria de Justiça, sendo que Conserino atua na 2a. Promotoria.
Apesar da decisão do Conselho, agora, o impedimento de Conserino pode ser discutido
na Justiça.
Os conselheiros destacaram que se tratava uma decisão administrativa e que os advogados
de Lula poderiam levar o caso na esfera judicial.
Num longo voto, Shuenquener reformulou sua decisão liminar, mas defendeu que a distribuição
do processo sobre Lula foi irregular porque deveria ter observado o princípio do promotor natural,
portanto, deveria ter ocorrido livre distribuição, o que não ocorreu.
Relator da reclamação, o conselheiro, no entanto, propôs que o comando da investigação deveria
permanecer com Conserino porque o Ministério Público de São Paulo tem seguido esse tipo de
procedimento, uma vez que o conselho não deveria anular atos de inúmeras investigações
que tenham ocorrido nesse sistema.
Shuenquener sugeriu que o conselho oriente o Ministério Público de São Paulo a adotar a livre
distribuição para não fomentar os promotores de encomenda, o que desrespeita regras do
Ministério Público.
"O princípio do promotor natural impõe que todo o cidadão tem o direito de ser investigado
e acusado por um órgão independente do MP escolhido segundo prévios critérios abstratos
[...] e não casuisticamente", disse Shuenquener.
O relator também recomendou que a Corregedoria Nacional do órgão supervisione os
procedimentos abertos para apurar se Conserino cometeu infração funcional ao conceder
entrevistas afirmando que já há elementos para apresentar denúncia contra Lula
e sua mulher.
Na sessão, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Márcio Elias Rosa, defendeu
os atos da Promotoria e questionou a atribuição do CNMP para fiscalizar atividade fim.
"Interditar a possibilidade de membro do Ministério Público de editar atos frustra prerrogativas
funcionais da independência. [Para tratar de ] Imparcialidade e correção ética, a instância
não é essa.
Não é este o procedimento e não há razão para tanto", disse.
O deputado Paulo Teixeira disse que não tentou barrar nenhuma investigação, mas apenas
garantir que as regras do MP estivessem sendo observadas na condução do caso.
Do lado de fora da sede do Conselho, dez manifestantes com faixas contra a corrupção
gritavam pedindo que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, prendesse Lula.
RETOMADA
Depois da decisão do conselho, Conserino evitou falar com a imprensa, mas disse que
a investigação será retomada a partir desta quarta, quando deve avaliar a situação do
depoimento de Lula e Marisa.
Advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins afirmou que vão estudar se recorrem
à Justiça contra a condução do inquérito por Conserino.
"Essa discussão ainda vai ocorrer. Hoje, o conselho decidiu que não enfrentaria essa
questão específica. Então essa discussão poderá vir a ocorrer, ou no Ministério Público
de SP ou no poder Judiciário. Vamos aguardar e ver o próximo passo", afirmou.
O procurador-geral de Justiça de SP, Márcio Rosa, afirmou que o CNMP confirmou
o acerto de todos os atos praticados neste caso no Estado de São Paulo.
"A decisão é boa no sentido de que reconhece novamente a possibilidade do MP investigar,
mantém inalterado seu poder investigatório e também a sua capacidade de regulamentar
o modo como ele faz. A regulamentação, a forma, o procedimento é estabelecido pelo
próprio Ministério Público", disse.
"Nesse sentido, a decisão foi boa na medida em que reafirma o nosso poder investigatório
e a correção das investigações todas que estão sendo feitas, não só neste caso, como em
todo o País", completou.
Tópicos semelhantes
» Conselho autoriza promotor a retomar investigação sobre Lula e triplex
» Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula
» CIRCULAR - Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula
» Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula - TRIPLEX OAS BANCOOP
» Conselho Nacional do MP foi induzido a erro, diz promotor sobre depoimento de Lula
» Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula
» CIRCULAR - Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula
» Conselho do Ministério Público mantém promotor que investiga Lula - TRIPLEX OAS BANCOOP
» Conselho Nacional do MP foi induzido a erro, diz promotor sobre depoimento de Lula
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos