Líderes da oposição pedirão que Procuradoria investigue caso Bancoop 24/03

24/03/2010 - 16h33
Líderes da oposição pedirão que Procuradoria investigue caso Bancoop

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A oposição vai encaminhar nesta quarta-feira representação à PGR (Procuradoria Geral da República) para pedir a intervenção do órgão nas investigações de supostas irregularidades na Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).

Leia a íntegra da representação

Líderes do DEM, PSDB e PPS vão pedir à PGR para ter acesso aos depoimentos concedidos pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro no inquérito do Ministério Público que investiga as denúncias.

Na representação, os oposicionistas afirmam que as investigações da PGR podem ajudar na responsabilização dos envolvidos com irregularidades na cooperativa --em especial, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

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"Consideramos de suma importância a apuração da veracidade dos fatos e de eventual prática de condutas criminosas ou em desacordo com a legislação, com a instalação do competente inquérito investigatório, se necessário, cobrando dos responsáveis, inclusive, o ressarcimento aos cofres públicos dos recursos utilizados indevidamente", afirma a oposição no texto.

A representação é assinada pelos deputados João Almeida (PSDB-BA), Paulo Bornhausen (DEM-SC), Fernando Coruja (PPS-SC) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), além dos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR), José Agripino (DEM-RN) e Sérgio Guerra (PSDB-PE).

A oposição quer investigar, em especial, a denúncia de que dirigentes da Bancoop teriam lesado associados para montar um esquema de desvio de recursos para campanhas eleitorais ---entre eles o tesoureiro do PT.

"O inquérito que investiga o rombo de R$ 100 milhões na Bancoop, e o suposto abastecimento de campanhas desde 2002, contém depoimentos com acusações mostrando que recursos eram sistematicamente desviados das construções, tendo Vaccari como elo entre a Bancoop, o Sindicato dos Bancários e o PT", diz a representação.

Segundo os oposicionistas, pessoas ligadas aos dirigentes da Bancoop, mesmo não sendo cooperados, teriam sido beneficiados com a aquisição de imóveis a preço de custo. A oposição pede para ter acesso aos depoimentos de Funaro com o argumento de que o corretor, para escapar de ser denunciado como um dos réus do processo do mensalão petista, teria feito acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

"Em troca do perdão judicial para seus crimes, o corretor entregou aos investigadores nomes, valores, modus operandi, pagamentos a partidos políticos, compra de dossiês contra adversários eleitorais, revelando o elo entre desvios de fundos de Pensão e o escândalo do mensalão", diz a oposição.

Denúncias

Segundo reportagem da revista "Veja", a denúncia de que Vaccari teria cobrado propina a empresários foi feita ao Ministério Público Federal pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, que colabora com as investigações do esquema do mensalão em troca de redução de pena.

Em depoimento, Funaro contou que Vaccari atuava informalmente como representante do governo federal na intermediação de investimentos dos fundos de pensão em negócios privados.

A Bancoop também recebeu aporte de recursos dos fundos de pensão. Essa operação é alvo de outro inquérito, este conduzido pela Polícia Federal. Em nota, a cooperativa voltou ontem a negar irregularidades.

Segundo a "Veja", Funaro revelou que, para incluir os fundos em negócios privados, Vacccari cobraria propina de 12% para ser repassada ao PT. O dinheiro alimentaria campanhas e serviria para a compra de apoio político.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u711408.shtml